Após a musculação
ou outras atividades físicas intensas, é difícil encontrar alguém que não tenha um pouco de dor no pós-treino. Esse incômodo é oficialmente conhecido como dor muscular de início tardio (DMIT), já que surge algumas horas depois da última série. O incômodo não deve ser encarado como sinal de ganho de massa muscular.
Apesar da dor pós-treino ser relativamente normal, é preciso prestar atenção aos sinais do corpo, especialmente se esse incômodo for intenso e duradouro. Nestes casos, vale avaliar se ocorreu alguma lesão, como contusões, luxações ou estiramentos.
O que é dor muscular pós-treino?
“O desconforto muscular de início tardio pós-exercício, também chamado popularmente de ‘dor muscular’ pela grande maioria dos praticantes, é resultado de um processo inflamatório desencadeado pela sobrecarga mecânica nos músculos”, afirma Felipe Kutianski, especialista em fisiologia do exercício e fundador da plataforma de treinos Onbody.
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Normalmente, o desconforto alcança a sua intensidade máxima entre 24 e 72 horas após a finalização do treino. Sem nenhuma intervenção, a dor vai desaparecendo, sendo que este tempo pode variar em cada caso — ela não costuma durar uma semana, por exemplo.
Para aliviar a dor pós-treino, o Serviço Nacional de Saúde (NHS), do Reino Unido, tem algumas indicações caseiras, como massagem no local, alongamentos leves ou ainda bolsas de gelo. Outra recomendação importante é sempre aquecer e desaquecer a musculatura, antes e após a atividade.
Por que os músculos podem doer?
A origem dessa dor está relacionada com as pequenas rupturas (microlesões) provocadas no tecido muscular pelo exercício físico. A partir dessas lesões “esperadas”, o corpo desencadeia uma resposta inflamatória, responsável por garantir a recuperação dos músculos e pelo ganho de massa muscular
— é como se o músculo se recuperasse, ficando mais forte.
Entretanto, dor não é sinônimo de resultados. “Há algumas evidências científicas que apontam para um melhor resultado no aumento de ganho muscular nos treinos sem dores, principalmente de característica metabólica. Ainda assim, é importante analisar caso a caso”, comenta Kutianski.
É a primeira vez do treino de musculação?
A dor pós-treino costuma ser mais intensa quando a pessoa volta para a academia depois de um longo período de férias ou quando troca os exercícios que costuma fazer, incluindo novos aparelhos ou movimentos.
“É normal sentir alguma dor, rigidez e inchaço após iniciar um novo programa de atividade física”, destaca o Centro de Controle de Doenças (CDC), nos EUA. “Pode levar de 6 a 8 semanas para que suas articulações se acostumem ao novo nível de atividade, mas manter seu programa de atividades resultará no alívio da dor a longo prazo”, complementa a agência norte-americana.
Por outro lado, conforme a musculatura do corpo humano vai se adaptando, a tendência é que o incômodo se torne menos “chato” — só não desaparece por completo. Parte disso, é explicado pelo ganho de tônus muscular e pela eficiência funcional.
Cabe destacar que, quando o treino fica muito leve e o desconforto some totalmente, este pode ser um sinal de que é hora de ajustar as cargas, aumentar a intensidade, amplitude ou repetições. Ou, ainda, mudar a frequência dos treinos.
Cuidado com as lesões na academia!
A dor pós-treino pode até ser intensa e causar desconforto, ainda mais para pessoas sedentárias
, mas não se compara a uma lesão. Em caso de dúvidas ou incapacidade de movimentos, a indicação é buscar aconselhamento médico.
“É preciso entender que existe uma classificação para determinar os graus de lesões, ou seja, não é indicado sair tomando remédios, como um relaxante muscular, para desconforto muscular sem saber ao certo com seu médico o que ocorreu”, completa Kutianski.
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