A exaustão pode representar muito mais que uma condição momentânea. Pode ser realmente um quadro clínico. É o caso da síndrome da fadiga crônica, em que essa sensação não melhora com o repouso. Em um estudo publicado no periódico Die Innere Medizin,
pesquisadores estimaram que o número de pessoas com essa síndrome provavelmente vai dobrar em todo o mundo nos próximos anos.
O estudo contou com a amostra de 39 pessoas, sob o objetivo de identificar biomarcadores (sinais biológicos específicos) no sangue que pudessem estar ligados à síndrome da fadiga crônica.
Esses biomarcadores distinguiram dois grupos diferentes de pessoas com a síndrome: aqueles com sistemas imunitários — responsáveis por eliminar do organismo células e moléculas estranhas — enfraquecidos e aqueles com problemas no revestimento do intestino.
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Na ocasião, o grupo de cientistas alemães também percebeu que a avaliação imunológica de pacientes com a síndrome “é de importância crucial”.
Síndrome da fadiga crônica
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a síndrome da fadiga crônica pode ser desencadeada por infecções ou fatores psicológicos
, e o “tratamento deve ser direcionado para um melhor controle dos sintomas”, mas o comum é que os pacientes se recuperem da síndrome com o passar do tempo.
Sintomas da síndrome da fadiga crônica
Além do mais óbvio, que é o cansaço persistente, a síndrome da fadiga crônica também apresenta outros sintomas, como:
- Dificuldade com a memória ou concentração
- Dor de garganta
- Pescoço dolorido e inchado
- Axilas com inchaços doloridos
- Dores musculares
- Dores nas juntas
- Dor de cabeça
- Sono persistente
“A evolução é variável. Após atingir um pico de intensidade os sintomas podem permanecer estáveis e diminuir com o passar do tempo, havendo a possibilidade de períodos de melhora e piora. Alguns pacientes podem se recuperar completamente”, diz a SBR.
Fadiga crônica é o mesmo que covid longa?
A síndrome da fadiga crônica em muito se assemelha à covid longa
, que afeta algumas pessoas infectadas pelo SARS-CoV-2, mais comum em pacientes entre os 30 e 49 anos. É definida pela própria OMS como a continuação ou desenvolvimento de novos sintomas três meses após a infecção, com sintomas presentes por pelo menos três meses.
Por enquanto, os especialistas alemães apontam que ainda há muitas dúvidas sobre a relação entre essa fadiga e as infecções virais, já que um número considerável desenvolve sintomas após sucumbir a um vírus.
No estudo, o grupo observou que pacientes imunodeficientes apresentaram níveis reduzidos de uma proteína chamada C4a, enquanto aqueles sem imunodeficiência apresentavam problemas intestinais e níveis mais elevados de uma proteína chamada “proteína de ligação a lipopolissacarídeos”.
Então o estudo serviu como um ponto de partida para testar essas proteínas no futuro a fim de compreender melhor algumas das questões por trás do diagnóstico da síndrome de fadiga crônica e adaptar os tratamentos para que se tornem mais personalizados.
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