Criação de gado bovino em Porterville, Califórnia, em 17 de dezembro de 2024
David Swanson
Vacas leiteiras dos Estados Unidos testaram positivo pela primeira vez para uma variante do vírus da gripe aviária que circula nas aves e causou casos graves em humanos, anunciaram autoridades americanas.
O Departamento de Agricultura confirmou, nesta quarta-feira (6), que a cepa D1.1 do vírus H5N1 da gripe aviária havia sido detectada pela primeira vez em gado bovino no estado de Nevada.
Esta descoberta gera temores de um agravamento da epizootia – equivalente a uma epidemia nos animais – da gripe aviária atualmente em curso no país, e um aumento do risco de pandemia para os seres humanos.
Uma cepa diferente do vírus H5N1 já circulava amplamente nas fazendas americanas desde o ano passado, com mais de 950 casos de contágio registrados em 16 estados.
Várias pessoas que trabalhavam nessas fazendas foram infectadas por esta cepa em 2024 e apresentaram sintomas leves da doença.
A D1.1, por sua vez, tem sido associada a casos graves em humanos, incluindo a primeira morte por gripe aviária registrada no início de janeiro nos Estados Unidos.
Até o momento, ela foi identificada em aves selvagens, granjas avícolas e vários mamíferos, de acordo com o site do Departamento de Agricultura.
No caso das vacas, as duas cepas do vírus causaram sintomas “semelhantes”, segundo um funcionário de Nevada entrevistado pela CBS: “Febre, diminuição do consumo de alimentos, redução da produção de leite e sinais respiratórios leves”.
O crescente número de mamíferos infectados preocupa os especialistas, que temem que os altos níveis de circulação possam facilitar a mutação do vírus, passando de um ser humano para outro.
Esse temor é reforçado pela falta de comunicação das autoridades federais, que suspenderam vários relatórios epidemiológicos desde a chegada de Donald Trump ao poder.