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Notebooks com Intel Core Ultra | 7 detalhes que você precisa saber

Daniel Trefilio

Notebooks com Intel Core Ultra | 7 detalhes que você precisa saber

A Intel
lançou oficialmente os processadores Meteor Lake, inaugurando a linha Intel Core Ultra
, com SoC combinando CPU, GPU e NPU. Com isso, a empresa também introduz a nova geração do selo Intel EVO
, trazendo melhorias de desempenho, autonomia e tecnologias embarcadas que podem tornar o segmento de notebooks gamer de entrada imediatamente obsoletos.

Na última quinta-feira (14), o Canaltech
conferiu em primeira mão o lançamento dos notebooks Intel Core Ultra
, durante o evento Intel AI Everywhere, em Nova York. Após testar alguns dos modelos já disponíveis no mercado internacional
, é importante esclarecer certos detalhes que podem justificar o investimento para quem está interessado em entrar na geração dos PCs com IA já em 2024.

1. NPU foca em otimização energética

Em conversa com Dan Rogers, Diretor Sênior de Soluções Móveis, e Robert Hallock, Marketing Técnico, os executivos da Intel enfatizaram que a NPU não aumenta desempenho bruto. A nova Unidade de Processamento Neural dos chips Intel foca em otimizar ao máximo o consumo energético dos componentes.


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Em termos de motores de execução de instruções, ela tem funcionamento similar ao de GPUs, mas com muito mais eficiência energética. Sendo assim, a NPU consegue absorver cargas de trabalho mais intensas de GPUs e CPUs, reduzindo bruscamente o consumo de energia e aumentando a autonomia de bateria.

2. Nova arquitetura de núcleos P, E, e LP-E

Desde os processadores Alder Lake de 12ª geração, a Intel introduziu a arquitetura de núcleos híbridos, similar ao padrão big.LITTLE
de processadores ARM. Com núcleos E, projetados para eficiência, e P, focados em desempenho, já era possível obter ganhos consideráveis em otimização de instruções com consumo reduzido.

Já nos Intel Core Ultra, a arquitetura de núcleos introduz um novo componente: os núcleos LP-E, de eficiência com baixo consumo de energia. Como o nome já sugere, eles conseguem processar instruções mais simples e muito recorrentes com o menor gasto energético possível.

3. Nova ordem de alocação de instruções

Além da introdução de um terceiro conjunto de núcleos, as equipes de engenharia da Intel reestruturaram como os conjuntos de instruções (ISA) são priorizados para alocação. Até então, o processador solicitava primeiro as instruções mais intensas para os núcleos P, direcionando as demais para os núcleos E.

Este processo foi otimizado nos novos Intel Core Ultra, alocando primeiro as instruções de baixo nível, como controladores, para os núcleos LP-E, as mais complexas, mas que ainda exigem consistência para os demais núcleos E, enquanto as que dependem do máximo de desempenho são as últimas a serem alocadas. Inverter a ordem desse processo foi essencial para otimizar o consumo de energia e permitir o incremento de instruções por ciclo (IPC) da CPU.

4. Mais silenciosos e leves

Naturalmente, esse conjunto de modificações permite reduzir exponencialmente o projeto térmico, ainda escalando o desempenho consideravelmente. Um dos modelos ultrafinos
em exibição no AI Everywhere conseguia rodar jogos em Full HD com gráficos entre médio e alto, atingindo até 80 FPS estáveis, mantendo o consumo do processador entre 28W e 35W.

Para atingir essas configurações na atual geração de notebooks gamer, geralmente é preciso tanto uma CPU quanto uma placa gráfica dedicada intermediárias, com TDPs de, pelo menos, 45W e 50W respectivamente. Isto implica em soluções térmicas bem mais robustas, aumentando níveis de ruído, tamanho, conforto ao utilizar devido à dissipação passiva de calor na região do teclado e peso.

Dessa forma, um processador Intel Core Ultra 7 165H, modelo intermediário, com iGPU Arc, como o do Lenovo
ThinkPad X1
Carbon apresentado no evento de lançamento, supera com folga o desempenho de muitos notebooks atuais com placas dedicadas, mas em formato reduzido, extremamente leve e muito silencioso.

5. Sem queda de desempenho na bateria

Outro problema bastante comum nos notebooks gamer é que o sistema aciona o modo de economia de energia ao desconectar o PC da alimentação. Isso praticamente força todo o processamento gráfico da GPU dedicada para a iGPU, bem mais simples, tornando a maioria dos títulos “injogáveis”.

Como os Intel Core Ultra contam com a NPU, mais eficiente energeticamente, a qualidade gráfica e taxa de quadros operando apenas na bateria continua inalterada. Isso porque os gráficos continuam sendo processados da mesma maneira pela GPU Arc integrada, apenas com mais instruções sendo absorvidas pela NPU, com motores de execução de instruções de estrutura similar ao das GPUs para cargas de trabalho intensas.

6. Boa qualidade mesmo sem IA

Um dos recursos que permite que os novos ultrafinos tenham desempenho superior a muitos notebooks gamer são as soluções de extrapolação e aceleração via IA XeSS. Contudo, durante o hands-on em Nova York, tivemos a oportunidade de desativar a função para observar o impacto no jogo.

Contrariando as expectativas, o desempenho médio continuou acima dos 60 FPS estáveis e fluidez aceitável, sem alterar outras configurações de texturas ou efeitos. Isso sugere que mesmo títulos lançados sem suporte de dia-um à tecnologia XeSS
ainda poderão ser jogados de maneira satisfatória até a chegada dos novos drivers.

7. Boa autonomia da bateria

Por fim, o principal ponto negativo dos notebooks gamer, independentemente do segmento, é que a autonomia de bateria jogando, raramente, chega a 2 horas, mesmo em modo de economia de energia e com a qualidade gráfica prejudicada. Mantendo o XeSS ativado e apenas desconectando o notebook da alimentação, a duração da bateria nos novos modelos equipados com Intel Core Ultra passa de 3 horas.

Obviamente, esse valor fica bem abaixo das 10 horas estimadas para o novo selo Intel Evo Powered by Intel Core Ultra, por se tratar de uma exceção no perfil de uso esperado. Contudo, mesmo jogando sem perder desempenho gráfico, essa autonomia ainda supera — ou no mínimo empata — com a de notebooks gamer atuais em atividades leves, como navegação ou edição de documentos.

Elevando a barra

É importante ressaltar que todos os notebooks apresentados neste primeiro momento eram modelos ultrafinos focados em produtividade e uso corporativo. Isto significa que nenhum deles foi projetado especificamente para atuar no segmento gamer.

Ainda assim, eles superam praticamente todos os modelos com GPUs dedicadas mais simples, como as RTX 3050/4050, sem comprometer o formato reduzido, leve e com portabilidade extrema. Sendo assim, é natural assumir que as novas gerações de notebooks serão cada vez mais focadas em usos versáteis, teoricamente eliminando o segmento de notebooks gamer de entrada.


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Quando questionados sobre essa possibilidade, tanto Rogers quanto Hallock foram categóricos ao afirmar que não acreditam que este será o caso. Na verdade, a projeção é que “todos os PCs tenham NPUs em alguns anos”, e o impacto natural é que os produtos de entrada sejam apenas muito superiores aos atuais, elevando a barra do que é possível em sistemas móveis de todos os segmentos, dos de entrada aos entusiastas.

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