A Nasa revelou nesta terça-feira (7) novos planos para a missão Mars Sample Return , um projeto audacioso que visa trazer pela primeira vez à Terra amostras de rochas e sedimentos coletados em Marte. Pressionada por cortes orçamentários e atrasos que dobraram os custos da iniciativa para mais de US$ 11 bilhões (R$ 66,82 bilhões), a agência reformulou suas estratégias para manter vivo o sonho de explorar o Planeta Vermelho de forma inédita.
“Essas amostras podem transformar nossa visão sobre Marte, o universo e até sobre nós mesmos”, afirmou o administrador da Nasa, Bill Nelson, ao detalhar as duas novas abordagens para a missão. Uma delas aposta na técnica do “guindaste voador”, usada com sucesso em pousos anteriores de rovers em Marte, enquanto a outra propõe soluções inovadoras desenvolvidas por parceiros comerciais. Ambas têm como objetivo garantir que as amostras marcianas cheguem à Terra entre 2035 e 2039, com menor custo e maior eficiência.
Além das mudanças estratégicas, ajustes tecnológicos também foram anunciados. A Nasa optou por um veículo menor para transportar as amostras à órbita marciana, agora alimentado por energia nuclear em vez de painéis solares, para resistir às temidas tempestades de poeira do planeta. As amostras, coletadas e armazenadas em 30 tubos pelo rover Perseverance, prometem oferecer um tesouro científico sem precedentes.
Segundo Nicky Fox, líder da Diretoria de Missão Científica da Nasa, o material trará respostas que vão muito além do que se pode imaginar. “Estudar essas amostras nos melhores laboratórios da Terra nos permitirá desvendar a história geológica e climática de Marte e nos preparará para enviar com segurança os primeiros humanos ao planeta”, explicou.