quinta-feira, 10 de julho de 2025

Rádio SOUCG

  • ThePlus Audio

Morte por ideologia

Senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) em discurso à tribunaCarlos Moura/Agência Senado

Sempre defendi o diálogo e o respeito entre as pessoas e as nações. Não por romantismo, mas por pragmatismo. A decisão do Presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros não veio do nada. É um sinal claro do fracasso diplomático e estratégico do atual governo brasileiro. Lula trocou a diplomacia madura por uma retórica de palanque e confronto ao brincar de geopolítica, sacrificando a competitividade, emprego e futuro do Brasil. A sanção de Trump é consequência direta de uma política externa míope e hostil do governo atual, de decisões políticas equivocadas, da falta de sensibilidade nas relações exteriores e da ausência de um projeto claro de inserção do Brasil no cenário internacional. Quando a diplomacia é tratada como trincheira ideológica, os prejuízos recaem sobre quem produz, trabalha e sustenta o país. 

Enquanto os EUA e outras grandes economias buscam estabilidade e parceiros confiáveis, o Brasil tem escolhido o caminho do isolamento e da hostilidade ideológica. Segundo Trump, várias razões refletem a ruptura do atual governo brasileiro com valores democráticos e com a histórica parceria entre os dois países. O Presidente da maior nação do mundo criticou duramente a postura do governo Lula em relação a Jair Bolsonaro, alegando que as ações judiciais movidas contra o ex-presidente brasileiro são parte de uma “caça às bruxas” semelhante à que ele mesmo enfrenta nos Estados Unidos. “A forma como o Brasil tratou o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Este julgamento não deveria estar acontecendo. É uma caça às bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!”, escreveu Trump. 

O republicano também apontou violações à liberdade de expressão, mencionando as decisões do STF contra plataformas de mídia social americanas, que teriam sido alvo de ordens de censura secretas e ilegais, com ameaças de multas milionárias e expulsão do mercado brasileiro. “Devido em parte aos ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos (conforme recentemente ilustrado pela Suprema Corte brasileira, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS às plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com milhões de dólares em multas e despejo do mercado de mídia social brasileiro).”, diz Trump em sua carta. 

O Presidente americano condenou a falta de reciprocidade do mercado brasileiro em relação ao americano: “Além disso, tivemos anos para discutir nossa relação comercial com o Brasil e concluímos que devemos nos afastar da relação comercial de longa data e muito injusta gerada pelas políticas tarifárias e não-tarifárias e pelas barreiras comerciais do Brasil. Nosso relacionamento tem estado, infelizmente, longe de ser recíproco. Por favor, entenda que o número de 50% é muito menor do que o necessário para termos condições de concorrência equitativas que devemos ter com o seu país. E isso é necessário para retificar as graves injustiças do atual regime.”.

Mas, além disso, é evidente que o crescente antiamericanismo do governo Lula, evidenciado na Cúpula dos Brics, onde o presidente brasileiro defendeu um sistema de pagamento alternativo ao dólar — uma afronta direta à liderança econômica dos EUA, colaborou para que a situação se agravasse. Lula disse “O mundo precisa encontrar um jeito de que nossa relação comercial não precise passar pelo dólar”, disse o petista. “Quando for com EUA, passa pelo dólar, mas quando for com Argentina, China, Índia, Europa, não precisa passar. Ninguém determinou que o dólar é a moeda padrão.”. E Trump respondeu: “Qualquer país que fizer parte do Brics receberá uma tarifa de 10%, apenas por esse motivo”.

Como se não bastasse, outro motivo que pesou a nação americana a decidir dessa forma foi a aproximação diplomática do Brasil com regimes autocráticos como China, Rússia, Irã e Venezuela, o que foi interpretado por Washington como um alinhamento com inimigos históricos dos Estados Unidos. Diante desse cenário, Trump afirmou que não hesitaria em aplicar sanções severas a qualquer país que se alinhe a essas políticas — e o Brasil, infelizmente, entrou na linha de fogo. 

Veja para onde estamos indo. É para lá que você deseja ir?

Em vez de adotar uma postura de diálogo construtivo com parceiros internacionais, o governo Lula optou por tensionar as relações com os Estados Unidos, resultando agora em uma medida que atinge diretamente a economia nacional. As consequências não demoram: portas se fecham, produtos brasileiros perdem competitividade e milhares de empregos estão ameaçados. 

O setor produtivo brasileiro, já pressionado por alta carga tributária, insegurança jurídica e burocracia excessiva, será duramente impactado. Exportadores de diversos segmentos perderão competitividade, empregos estarão em risco, e toda a cadeia econômica poderá sofrer retrações graves nos próximos meses. Porque sei que quem trabalha, quem produz, quem gera empregos no Brasil precisa de estabilidade, previsibilidade e acesso aos mercados internacionais. E é justamente isso que estamos perdendo. 

Estou indignado! E compartilho a dor de cada empreendedor, de cada produtor, de cada operário que verá sua renda minguar por decisões que jamais passaram por eles, mas os atingem diretamente. 

Essa tarifa é uma punição ao modelo de governo que não entende a importância de boas relações internacionais para o desenvolvimento econômico. E Lula não parece levar a sério.  

Lula respondeu que a medida será enfrentada com base no princípio da reciprocidade. Mas é a reciprocidade que Trump quer! Lula devolveu a carta de Trump e convocou o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, em um gesto de repúdio. Lula também afirmou que o Brasil não aceitará ser tutelado por ninguém. Disse que o processo judicial contra os envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023 é de competência exclusiva da Justiça brasileira. 

É urgente que o governo reveja sua postura, busque canais de negociação e proteja o interesse nacional com responsabilidade e visão de longo prazo. O Brasil precisa recuperar sua credibilidade lá fora. Precisamos abandonar a arrogância ideológica e reconstruir pontes com aqueles que podem ser parceiros, não adversários. Sem isso, não há crescimento, não há investimento, não há emprego. Basta! Não podemos sacrificar o presente e o futuro do povo brasileiro em nome de narrativas ultrapassadas e discursos “bonitos”. O Brasil tem tudo para ser respeitado no mundo. Mas, para isso, precisamos de liderança com visão, coragem e responsabilidade.

“Quando os justos governam, o povo se alegra. Mas quando os perversos estão no poder, o povo geme” Provérbios 29:2

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG

tecnologia.ig.com.br

Enquete

O que falta para o centro de Campo Grande ter mais movimento?

Últimas