As infecções hospitalares são um grave problema para a saúde pública. Inclusive, estão associadas com elevados níveis de óbitos após uma cirurgia e são uma causa recorrente de readmissão hospitalar. Eis que pesquisadores dos Estados Unidos acabaram de descobrir que, na maioria das vezes, esses patógenos já viviam na pele dos pacientes — este é o improvável local de origem da maioria das bactérias.
Para ser preciso, 86% das bactérias que causam infecção hospitalar
, após uma cirurgia de coluna, já estavam presentes no corpo do paciente. É o que revelam os médicos e os cientistas do Centro Médico de Harborview, que é parte da Universidade de Washington.
Enquanto estão na pele (parte externa) dos pacientes, esses patógenos não causam nenhum sintoma. Os problemas começam quando eles entram dentro do organismo, durante o procedimento cirúrgico, disseminando infecções e, em alguns casos, chegando até a corrente sanguínea, onde podem ser mortais
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Origem das infecções hospitalares
Toda a pesquisa, recém-publicada na revista Science Translational Medicine
, começou a partir do seguinte dado: a cada 30 procedimentos cirúrgicos, um paciente é acometido por alguma infecção hospitalar, sem explicação aparente.
Para a equipe do hospital norte-americano, as infecções ocorrem nessa proporção mesmo quando são adotadas inúmeras medidas de prevenção, como a esterilização de todos os equipamentos cirúrgicos, o uso de luz ultravioleta para limpar o centro cirúrgico, o cumprimento de protocolos rígidos para vestimentas e o monitoramento do fluxo de ar dentro do ambiente.
“Durante um ano, coletamos amostras de bactérias que vivem no nariz, pele e fezes de mais de 200 pacientes antes da cirurgia [na coluna vertebral]. Em seguida, acompanhamos esse grupo, coletando amostras de infecções que ocorreram posteriormente”, contam os pesquisadores, em artigo na plataforma The Conversation
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Assim, “mostramos que muitas infecções do sítio cirúrgico após cirurgia da coluna vertebral são causadas por micróbios que já estão na pele do paciente”, acrescentam os autores sobre a conclusão do estudo.
Além disso, as análises revelaram que quase 60% das infecções hospitalares eram resistentes ao antibiótico
preventivo administrado durante a cirurgia, ao antisséptico usado para limpar a pele antes da incisão ou a ambos.
Como evitar as infecções?
Embora a descoberta aponte para uma conclusão não óbvia — os hospitais não são a principal fonte de infecções hospitalares —, é possível adotar novas medidas de prevenção, a partir desses achados.
Por exemplo, o uso de novos antissépticos para a limpeza da pele ou até pesquisas no microbioma do paciente, antes da cirurgia. A ideia é adotar medidas mais personalizadas, de acordo com o histórico, para reduzir o risco.
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