Desde que o ator Tom Hiddleston emprestou todo o seu charme e talento para transformar o vilão que chegou a ser um dos mais cruéis dos gibis da Marvel
Comics, o personagem conquistou o coração do público, que obrigou o Universo Cinematográfico Marvel (MCU, na sigla em inglês), a convertê-lo aos poucos, até se tornar um completo herói ao final da segunda temporada de Loki, no Disney+.
Embora essa mudança tenha feito sentido e sido natural para a trajetória do personagem no MCU, nos quadrinhos, a Casa das Ideias teve que rebolar bastante para conseguir transformar décadas de vilania em algo que dialogasse com a versão de Hiddleston, e, ao mesmo tempo, não ferisse tanto sua cronologia e sua própria condição fundamental de antagonista de heróis e grande rival de Thor.
Só que Loki acabou mesmo ficando deslocado, e as tramas passaram a sentir falta de sua caracterização clássica, que se mostrava muito mais interessante para o fluxo de desafios para os Vingadores e o Deus do Trovão.
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Loki volta a ser um antagonista
Mais conhecido ao longo dos 60 anos de sua existência na Marvel Comics como o Deus da Travessura, Loki, depois desse interlúdio heróico para ficar alinhado com Hiddleston no MCU, voltou a ser um rival para Thor, já que o personagem aparente terminou sua jornada de redenção no Marvel Studios.
Aparentemente, a Marvel Comics estava apenas esperando isso acontecer para reposicionar Loki como um antagonista. Na nova fase do Deus do Trovão, Loki agora se tornou o Deus das Histórias, um skald (ou escaldo), conhecido na mitologia nórdica como poetas ou bardos escandinavos que, em uma época em que a escrita era menos frequente, tinha o papel de narrar episódios históricos — que muitas vezes ganhavam um certo “temperinho” próprio sensacionalista.
Atenção para spoilers de The Immortal Thor #6!
Na Marvel o Loki como um poderoso escaldo que tem até mesmo o poder de alterar a realidade, mas sua função está mais atrelada a orientar as narrativas na Casa das Ideias. Só que, dada aos traços de sua personalidade clássica como trapaceiro, ele também participa de maneira suspeita e pouco confiável da própria história que está contando quando o destino exige.
Em uma prévia de The Immortal Thor #6
, Thor e Loki sentam-se ao redor de uma fogueira, discutindo a natureza da verdade derivada de histórias e mentiras contadas em memórias. Thor quer saber tudo o que puder sobre a situação dos antigos deuses de Utgard e o envolvimento de Gaia em seu ressurgimento, e pediu a Loki, o Deus das Histórias, para ajudá-lo a descobrir a verdade.
“Eu sou o Loki que vai ter matar”
Thor aprende mais sobre a nova posição de Loki como Contador de Contos, bem como a natureza de seu relacionamento, especialmente quando seu irmão diz que: “Eu sou o Loki que vai te matar”, como se isso já estivesse escrito no destino de ambos de uma forma que não há o que fazer, pois isso aparentemente não pode ser alternado.
O Deus do Trovão e Loki retornam ao seu status quo original como inimigos cósmicos, sem que eles tenham escolha no assunto. O destino decidiu que eles devem estar em desacordo, e, resta a ambos aproveitarem os momentos que puderem ser mais próximos e gentis como irmãos, aceitando que, em outras ocasiões, eles terão que ser rivais mortais.
Essa jogada esperta da Marvel revisa o papel de Loki como vilão e, de certa forma, aproveita sua função final da segunda temporada de sua série, já que ele também se tornou o Deus das Histórias no MCU, como o guardião de todos os contos já concebidos nas possíveis realidades do multiverso da Casa das Ideias.
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