O Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido deu início a uma série de testes clínicos, com pacientes humanos, que podem revolucionar o tratamento contra o câncer. Na última semana, um paciente com câncer colorretal, de 55 anos, recebeu a primeira vacina de mRNA (RNA mensageiro) personalizada contra o câncer de intestino
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A imunização do paciente Elliot Phebve, em tratamento contra o câncer de intestino, é parte de uma pesquisa maior que envolve uma nova plataforma de vacinas oncológicas. No final de abril, outro britânico foi imunizado com a primeira vacina do tipo contra câncer de pele
, ainda em fase de testes.
Se for demonstrada segura e eficaz, “a vacina [personalizada] será um divisor de águas na prevenção do aparecimento ou retorno do câncer de intestino”, aposta Iain Foulkes, diretor-executivo de Pesquisa e Inovação da Cancer Research UK, em nota.
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Vacina contra câncer de intestino
Em comum, todas essas promissoras vacinas em testes no Reino Unido usam a tecnologia do mRNA
, a mesma adotada na imunização contra a covid-19. No entanto, os imunizantes oncológicos devem ser usados apenas para evitar a reincidência da doença, após o tratamento inicial.
Para entender, a fórmula vai sensibilizar o sistema imune do paciente a partir de proteínas (inofensivas) encontradas inicialmente no câncer de intestino ou no câncer de pele, por exemplo.
Se as células cancerígenas voltarem a se proliferar no organismo da pessoa, o sistema imune já estará preparado para combatê-las e, muito possivelmente, impedir a reincidência.
Paciente Elliot no Reino Unido
No caso do primeiro paciente a receber a vacina contra o câncer de intestino, Elliot já passou por uma cirurgia de retirada do tumor na região colorretal e também fez quimioterapia. Agora, o foco é garantir que ele não desenvolva um novo tumor.
Professor e pai de quatro filhos, o paciente Elliot não tinha sintomas do câncer quando recebeu o diagnóstico — a descoberta foi feita durante um exame de check-up. Com a identificação precoce e o uso da nova vacina aplicada no Queen Elizabeth Hospital Birmingham, as chances de cura são altas
.
“Se [o estudo clínico] for bem-sucedido, [a vacina contra o câncer] poderá ajudar milhares, senão milhões de pessoas, para que possam ter esperança e possam não passar por tudo o que passei. Espero que isso ajude outras pessoas”, afirmou o primeiro paciente a ser imunizado, em nota.
Vacinas de mRNA contra câncer
Em fase de testes, as vacinas experimentais contra o câncer são desenvolvidas em conjunto pelas empresas biofarmacêuticas BioNTech e Genentech, do Grupo Roche. Até o momento, elas não estão disponíveis para o uso fora do ambiente de pesquisa médica.
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