O Google homenageia nesta quinta-feira (11) o físico e professor brasileiro César Lattes através do doodle. A animação está aparecendo na página do buscador no Brasil, no Reino Unido, na Irlanda e no México.
Quem foi César Lattes?
César Lattes foi um renomado físico brasileiro, nascido em 11 de julho de 1924 e falecido em 8 de março de 2005. Ele é conhecido por sua contribuição fundamental para a descoberta do méson pi (ou píon), uma partícula subatômica importante na física de partículas.
Lattes realizou seus estudos de física na Universidade de São Paulo (USP) e, junto com seus colegas, desenvolveu o método da emulsão nuclear, que foi crucial na detecção dos mésons. A descoberta do méson pi em 1947 foi um marco significativo no campo da física de partículas, proporcionando uma compreensão mais profunda sobre as forças que atuam entre os núcleos atômicos.
A pesquisa sobre píon rendeu um Prêmio Nobel de Física de 1950. Contudo, oficialmente, ele foi entregue para Cecil Powell, considerado o líder do estudo. Até 1960, o Comitê do Nobel só premiava os líderes das pesquisas.
Em 2001, em entrevista ao Jornal da Unicamp, Lattes falou sobre o episódio:
“Sabe por que eu não ganhei o prêmio Nobel? Em Chacaltaya, quando descobrimos o méson pi, se publicou: Lattes, [Giuseppe] Occhialini e [Cecil] Powell. E o Powell, malandro, pegou o prêmio Nobel para ele. Occhialini e eu entramos pelo cano. Ele era mais conhecido, tinha o trabalho da produção de pósitrons em 1933. Depois, fui para a Universidade da Califórnia, onde foi inaugurado o sincrocíclotron em 1946. Já era 1948 e estava produzindo mésons desde que entrou em funcionamento em 1946, tinha energia mais que suficiente. Então, detectamos, [Eugene] Garden e eu, o méson artificial, alimentando a presunção de retirar do empirismo todas as pesquisas que se relacionassem com a libertação da energia nuclear. Sabe por que não nos deram o Nobel? Garden estava com beriliose, por ter trabalhado na bomba atômica durante a Guerra, e o berílio tira a elasticidade dos pulmões. Morreu pouco depois e não se dá o prêmio Nobel para morto. Me tungaram duas vezes”, disse.
Além disso, César Lattes teve uma carreira acadêmica destacada, contribuindo significativamente para o avanço da ciência no Brasil e no mundo. Ele também foi um defensor ativo da ciência e da educação científica ao longo de sua vida.
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