Nesta terça-feira (18), diversos usuários do Brasil e exterior relataram problemas de conexão devido à falha nos serviços da Cloudflare, uma das maiores empresas de infraestrutura de internet do mundo. A instabilidade impactou sites e aplicativos, como a Rede X e o ChatGPT.

Após reconhecer o “bug”, a Cloudflare informou que a empresa está investigando o ocorrido e “trabalhando para entender todo o impacto e mitigar esse problema”.

A falha ocorrida hoje, expõe uma preocupação sobre a possibilidade de vazamento de dados.

Em entrevista ao Portal iG, a CEO da Eskive, e especialista em Cibersegurança, Segurança da Informação, Privacidade e Proteção de Dados, Priscila Meyer, salienta que, no momento, não é possível afirmar se a indisponibilidade dos serviços da Cloudflare tenha apresentado algum risco à segurança dos clientes.

“Até o momento, a partir das atualizações da própria Cloudflare, a indisponibilidade parece ter partido de uma disfunção interna originada por um pico de tráfego cuja origem é desconhecida. Isso pode sinalizar que o serviço possa sim ter sido atacado, mas de forma que dificilmente afetaria a confidencialidade de dados em trânsito ou armazenados em cache”, ressalta.

Ameaças cibernéticas

À reportagem, Priscila Meyer observa que o incidente e stá mais focado na interrupção de serviços de grandes corporações, “como indisponibilidade de CDN, DNS e load balancing”. Logo, os clientes afetados podem ficar vulneráveis.

“A falha da Cloudflare já derrubou, por si só, a infraestrutura da maioria de seus clientes. Mas, sim, quem dependia unicamente da proteção contra ataques de negação de serviço podem ter ficado vulneráveis por conta do incidente”, frisa.

Questionada sobre o que os usuários podem fazer para se proteger de falhas como as de hoje, a especialista é categórica.

“Não há nada que o usuário possa fazer. Estamos falando de um incidente que afetou um fornecedor de serviços para produtos que o consumidor final eventualmente utiliza. Sendo assim, há toda uma cadeia de comprometimento que pode ou não colocar os seus dados em risco no fim dos cálculos. Caso haja um comprometimento, as empresas envolvidas farão um comunicado e fornecer as orientações devidas de acordo com o que foi exposto”.

Contudo, Meyer reforça que não há motivos para se preocupar. “O único prejuízo ao usuário será se manter incapaz de acessar serviços e redes sociais que utiliza no cotidiano”, finaliza.