A resistência antimicrobiana é fonte de preocupação no mundo inteiro, tanto que já foi até apontada pela Pesquisa Global sobre Resistência Antimicrobiana (Gram) como uma das principais causas de morte
. Mas esses danos podem ser reduzidos! Uma nova publicação da revista científica The Lancet
mostra formas de prevenir mais de 750 mil mortes por bactérias — por ano.
A resistência antimicrobiana acontece quando as bactérias evoluem e passam a não ser mais afetadas pelos medicamentos que antes funcionavam. Como resultado, as infecções ficam mais difíceis de tratar. A condição está diretamente atrelada ao uso inadequado ou excessivo de antibióticos.
Nessa publicação da The Lancet
, que reúne quatro estudos, os pesquisadores da University of California, Berkeley destacam a necessidade de focar em intervenções.
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Medidas simples podem trazer resultados notáveis para essa batalha contra a resistência antimicrobiana.
Formas de prevenir mortes por bactérias
Com a adesão a medidas de prevenção contra resistência antimicrobiana
, mais de 750 mil vidas podem ser poupadas, por ano.
A estimativa é que as unidades de saúde poderiam salvar aproximadamente 337 mil pessoas por ano, só de investir na limpeza e a esterilização de equipamentos.
Enquanto isso, o acesso a recursos básicos — como água potável e saneamento — poderia evitar cerca de 247 mil mortes causadas por bactérias.
A vacinação infantil também pode ter um papel nessa missão, salvando cerca de 181 mil vidas por ano, conforme as estimativas apresentadas na publicação.
Ao todo, essa série da The Lancet
traz o desenvolvimento de quatro estudos:
- A abrangência do desafio da resistência antimicrobiana
- Carga da resistência antimicrobiana bacteriana em países de baixa e média renda evitável por intervenções existentes: uma revisão de evidências e análise de modelagem
- Expansão do desenvolvimento e acesso a antibióticos, vacinas e diagnósticos para enfrentar a resistência antimicrobiana
- Garantindo progresso no acesso sustentável a antibióticos eficazes na Assembleia Geral da ONU de 2024: uma abordagem baseada em metas
“A resistência antimicrobiana é complexa. Muitos patógenos precisam ser atacados. Ela prospera na pobreza. Conecta a saúde humana, animal e ambiental”, diz o relatório.
“A chave será resolver as diferentes necessidades e prioridades dos países de rendimento elevado, médio e baixo”, reitera o projeto.
Resistência antimicrobiana
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), pacientes com infecções por S. aureus
resistentes à meticilina tenham 64% mais probabilidade de morrer do que pacientes com infecções não resistentes.
A organização destaca que tem sido cada vez mais comum a resistência da Escherichia coli
a uma das classes de drogas mais amplamente utilizadas no tratamento de infecções do trato urinário (fluoroquinolonas).
“Ao menos 10 países (Austrália, Áustria, Canadá, Eslovênia, França, Japão, Noruega, África do Sul, Suécia e Reino Unido) confirmaram casos em que o tratamento da gonorreia falhou com o último recurso contra esta doença: cefalosporinas de terceira geração”, diz a OPAS, em comunicado.
Como um alerta às mortes por bactérias, a OPAS diz que essa resistência antimicrobiana “representa uma ameaça crescente à saúde pública mundial e requer ações de todos os setores do governo e da sociedade”.
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