Pesquisadores oceânicos descobriram quatro montanhas submarinas enormes no Oceano Atlântico, uma delas com 2.681 metros de altura, quase três vezes maior que o Burj Khalifa, o maior arranha-céu do mundo. A identificação foi feita pelo navio de pesquisa Falkor (too) no mês passado, quando ia de Golfito, na Costa Rica, até Valparaíso, no Chile.
O achado vem de outra descoberta ainda em novembro de 2023 pelo mesmo navio, pertencente ao Schmidt Ocean Institute, que esbarrou em uma montanha de 1.600 metros (duas vezes o Burj Khalifa)
no fundo das águas internacionais próximas à Guatemala. Já os quatro montes mais recentes medem entre 1.591 metros e 2.681 metros.
Mapeando o fundo do mar
A localização dos enormes picos submarinos foi revelada ao medir anomalias gravitacionais pelo mar. Estruturas geológicas nas profundezas
exercem um pequeno efeito na superfície do mar — uma trincheira profunda causa uma leve depressão nas águas, enquanto um grande monte acaba fazendo uma “bolha” convexa na superfície.
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Geralmente, montes submarinos possuem escarpas muito íngremes e são restos de vulcões extintos
, o que faz com que se tornem grandes abrigos para a biodiversidade
, providenciando superfície, alimento e nutrientes. Achá-los revela muito sobre a vida na Terra, e é um dos aspectos que faz a equipe do Schmidt Ocean Institute buscá-los e estudá-los.
Montanhas submarinas podem ser enormes — em termos técnicos, a maior montanha do planeta é a Mauna Kea, no Havaí— um vulcão submarino dormente
com 10.210 metros de altura, contra “apenas” 8.849 do Everest.
Desde 2012, o Schmidt Ocean Institute já mapeou 1,44 milhões de km² do fundo do mar, quase 25% de toda sua extensão a uma resolução de 100 metros de profundidade. A equipe espera mapear todo o solo oceânico no final da década, somando 360 milhões de km².
Segundo especialistas, a importância de um mapeamento completo do leito oceânico é muito importante, já que nos ajuda a proteger melhor o planeta e a manejar seus recursos de forma sustentável. O oceano é a “fronteira final” da ciência, e, com cerca de 75% dele ainda a ser descoberto, ainda há muito que aprender com a imensidão das águas.
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