Os cientistas agora sabem como detectar eventuais assinaturas de material celular em Encélado. Um novo artigo detalhou um método que pode ser usado para encontrar bactérias capazes de viver na lua de Saturno
, além de descrever o tipo de instrumento que deve ser enviado para buscar vida por lá.
Os autores do novo estudo queriam saber se as próximas sondas espaciais enviadas ao sistema de Saturno poderiam detectar eventuais formas de vida bacteriana nos cristais de gelo expelidos nos gêiseres. Para isso, eles conduziram um teste de laboratório simulando uma futura missão robótica em Encélado.
A pesquisa consistia em injetar um feixe de água contendo células bacterianas em uma câmara de vácuo. Eles escolheram a Sphingopyxis alaskensis
, por suas características semelhantes às que poderiam ser encontradas em formas de vida oceânica de Encélado
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Entre as características, essas bactérias são pequenas o suficiente para caber nos grãos de gelo dos gêiseres
, gostam de ambientes frios e precisam de poucos nutrientes para sobreviver e crescer. A sonda Cassini, que investigou Saturno e Encélado entre 2004 e 2017, não era equipada com instrumentos para identificar material celular por lá, mas o novo estudo pode ajudar a construir sondas capazes de cumprir essa tarefa.
Com o experimento, a equipe descobriu que é possível enviar instrumentos analisadores de poeira em naves espaciais nas próximas missões. Os analisadores robóticos atuais poderiam detectar coisas como aminoácidos e ácidos graxos
, que são assinaturas potenciais de material celular e potencialmente presentes em bactérias como a Sphingopyxis alaskensis
.
Em outras palavras, os cientistas agora conhecem um tipo de bactéria que pode sobreviver nos grãos de gelo de Encélado, e que sondas capazes de detectar esse material podem ser construídas para as próximas missões. A equipe acredita que seus resultados ajudarão no desenvolvimento dos instrumentos a serem lançados em um futuro próximo.
Para detectar o material celular, basta que esses instrumentos sejam projetados para analisar grãos de gelo individuais e “capazes de identificar bactérias
, mesmo que haja apenas 0,01% dos constituintes de uma única célula em um grão de gelo de um gêiser semelhante ao de Encélado”.
A pesquisa foi publicada na revista Science Advances
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