O eclipse solar total
é um dos fenômenos mais impressionantes, não apenas por chamar a atenção de todos — afinal, o poderoso Sol desaparece
atrás de uma simples Lua —, mas também por ser fruto de uma coincidência que deixa cientistas perplexos. Mas eles não continuarão acontecendo para sempre.
Em nosso planeta, os eclipses solares podem ser parciais, como aqueles que ocorrem em Marte, ou anulares, que é quando um “anel de fogo” aparece ao redor da sombra da Lua. Mas também existem os eclipses totais, o mais peculiar de todos porque exigem coincidências incríveis.
Para que o eclipse solar total ocorra, os tamanhos aparentes da Lua e do Sol devem ser exatamente iguais. Além disso, o alinhamento entre esses dois corpos e a Terra precisa ser perfeito, a fim de ocorrer a ocultação completa do nosso astro rei.
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Às vezes, devido à órbita elíptica da Lua ao redor do Sol, o nosso satélite natural fica um pouco mais afastado da Terra, e seu diâmetro aparente se torna ligeiramente menor. Quando o eclipse solar com alinhamento perfeito ocorre nessas condições, o anel de fogo aparecerá, já que a Lua não consegue ocultar 100% do Sol.
Em outras palavras, o eclipse solar total exige uma série de condições muito específicas. Os cientistas têm até um nome para esse tipo de coincidência, que também é observada em outros fenômenos: ajuste fino. No caso dos eclipses solares totais, também é muito curioso o fato de estarmos vivendo na época em que eles ocorrem.
Os astrônomos sabem que a Lua está gradualmente se afastando da Terra desde a sua formação, há 4,5 bilhões de anos. Isso foi confirmado com os dados do Lunar Laser Ranging Experiment, que utiliza refletores colocados na Lua pelas missões Apollo.
Por meio das observações desses lasers, os cientistas podem medir com precisão o afastamento da Lua, que é de aproximadamente 3,8 centímetros por ano. Atualmente, a distância é de 384.400 km, suficiente para caber 30 planetas do mesmo tamanho do nosso.
Quando será o último eclipse solar total?
Em um futuro distante, a distância da Lua não permitirá que seu tamanho aparente seja o mesmo que o do Sol, o que significa o fim da coincidência que nos proporciona os eclipses solares totais. A sombra lunar não conseguirá mais cobrir a totalidade do Sol, restando assim apenas os eclipses parciais e anulares.
Mas se você é fã desse tipo de eclipse, não se preocupe: não testemunharemos o último deles. Segundo o cientista lunar do Goddard Space Flight Center da NASA
, Richard Vondrak, “daqui a cerca de 600 milhões de anos, a Terra experimentará a beleza e o drama de um eclipse solar total pela última vez”.
Isso nos dá uma perspectiva diferente ao observarmos cada um desses eclipses: saber que o ajuste fino que permite essa coincidência um dia acabará, e que temos muita sorte de ele existir durante nossa época para que possamos testemunhar o espetáculo cósmico.
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