A Fórmula E
acelerou pelas ruas da zona norte de São Paulo (SP) no último final de semana, trazendo ao Brasil, novamente, toda a performance e poder dos carros elétricos. É justamente essa a ideia da competição, que serve como vitrine para o mercado de eletrificação e fomenta o interesse por veículos sustentáveis.
Engana-se, porém, quem acha que a tecnologia
ainda deixa a desejar. Enquanto a evolução rápida e o longo caminho a seguir
para a categoria costumem ser citados pelos executivos da Fórmula E, eles também não escondem a empolgação ao citar o desejo de ver a categoria entre as principais do automobilismo global.
Aliás, em número de fãs, a modalidade fica atrás apenas da F1 e da MotoGP. Enquanto a presença do público aumenta mais e mais, cresce também a empolgação pelas máquinas, principalmente quando se leva em conta que uma das provas mais tradicionais da Fórmula 1
também tem sua sede no Brasil, no clássico Autódromo de Interlagos.
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Pensando nisso, colocamos na ponta do lápis as estatísticas de um carro da F1 e o Gen3, como é chamado o modelo atual da Fórmula E
. As modalidades têm suas peculiaridades em termos de funcionamento e regras, que inclusive levam a mais competitividade, mas uma olhada nos números também ajuda a entender em que elas se equiparam e, também, o que está faltando.
Carro de F1 x carro de Fórmula E
A Fórmula E está, em 2024, no segundo ano de implementação do Gen3. O ciclo da categoria se renova completamente a cada quatro anos; a cada dois, há uma nova homologação pela FIA (Federação Internacional do Automóvel) que permite alterações mais consistentes em trens de força, baterias e outros sistemas físicos.
“Em um ano intermediário, as principais mudanças estão nos softwares e sistemas de controle”, explica Tomasso Volpe, diretor da equipe Nissan de Fórmula E. A principal busca, aponta ele, é sempre pela otimização no gerenciamento de energia, para que as máquinas possam correr por mais tempo com o máximo de performance.
30% do pacote total dos carros da Fórmula E não podem ser alterados pelas equipes. Todas as equipes usam os mesmos chassis, suspensões, baterias, motores e carenagem nos carros, enquanto os sistemas de gerenciamento e, principalmente, o powertrain representam as tecnologias que garantem vantagem competitiva para os times.
A Fórmula 1
tem normas mais abertas com relação a isso, o que faz com que os carros das equipes sejam bem diferentes entre si — até mesmo em times ligados à mesma organização, como é o caso da Red Bull
e da Visa
Cash App RB, antiga AlphaTauri. As regras legislam sobre o tamanho máximo das máquinas, a distância entre rodas e aspectos técnicos dos motores.
Enquanto todos os carros da F1 usam unidades de potência V6 turbo-híbridas
, elas também podem variar bastante de um fabricante para outro em termos de performance. Quando se olha de perto, é possível notar que o aparato de segurança, como células de sobrevivência e o halo
, são exatamente os mesmos para todas as máquinas.
Isso também tornou a tarefa de colocar os veículos lado a lado um pouco mais difícil, mas a gente tentou. Confira a tabela que compara o Gen3, da Fórmula E, com o RB19, carro da equipe Red Bull que deu o terceiro título mundial ao piloto Max Verstappen:
Formula E Gen3 | Red Bull Racing RB19 | |
Fabricante | Spark Racing Technology | Red Bull Racing |
Motor | – | Honda RBPTH001 V6 |
Potência | 469 HP (350 kW) | 1.080 HP (805 kW) |
Bateria | 47 kW-h (169 MJ) | – |
Velocidade máxima | 320 km/h | 340 km/h |
Recuperação de energia | Até 0,5 MJ por volta | 2 MJ por volta |
Comprimento | 5.016,2mm | 5.000mm |
Altura | 1.023,4mm | 950mm |
Largura | 1.700mm | 2.000mm |
Distância entre eixos | 2.970,5mm | 3.050 – 3.150 mm |
Peso | 760 kg (sem piloto) | 798 kg (sem piloto) |
* O jornalista viajou a convite da Nissan.
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