Jensen Huang, co-fundador e CEO da Nvidia
A Nvidia alcançou, em julho, o marco de R$ 5,4 trilhões (US$ 4 trilhões) em valor de mercado, tornando-se a empresa mais valiosa do mundo. O crescimento está diretamente ligado à demanda global por IA( inteligência artificial), setor no qual a companhia detém posição dominante.
A fabricante controla cerca de 80% do mercado de chips gráficos usados em data centers, fundamentais para o treinamento de modelos de IA como o ChatGPT.
Gigantes tecnológicas, entre elas Microsoft, Google, Amazon e Meta, estão entre as principais compradoras dos processadores da empresa.
No segundo trimestre de 2025, a Nvidia registrou receita de US$ 46,7 bilhões, alta de 56% em comparação com o mesmo período do ano anterior, e projeta US$ 54 bilhões para o trimestre atual.
O avanço ocorreu em meio a disputas comerciais entre Estados Unidos e China. O governo americano impôs restrições à exportação de chips de IA avançados, como o H20, para limitar o desenvolvimento tecnológico chinês. As medidas causaram perdas estimadas em US$ 8 bilhões para a Nvidia no segundo trimestre.
Para contornar as barreiras, a companhia firmou acordo com o governo Trump. Junto com a AMD, comprometeu-se a repassar 15% das receitas obtidas com vendas à China em troca de licenças de exportação.
O entendimento permitiu retomar a comercialização do H20 em território chinês, ainda que sob condições rígidas.
Paralelamente, a Nvidia trabalha em um novo chip baseado na arquitetura Blackwell, também direcionado ao mercado chinês, mas dependente de aprovação oficial dos EUA.
A concorrência local também pressiona a empresa. Em janeiro de 2025, a startup chinesa DeepSeek lançou um modelo de IA com custo de US$ 6 milhões, inferior aos valores praticados no setor.
O impacto foi imediato: a Nvidia perdeu quase US$ 600 bilhões em valor de mercado. A iniciativa demonstrou a capacidade de companhias chinesas de operar com chips menos avançados e, ainda assim, competir globalmente.
Além da produção de processadores, a Nvidia diversifica investimentos. Em 2024, aportou US$ 1 bilhão em 50 rodadas de financiamento em startups de IA, incluindo OpenAI, Cohere, Mistral, Perplexity e xAI.
A estratégia levantou questionamentos regulatórios nos Estados Unidos, Europa e China sobre possível concentração de mercado.
A empresa também investe em robótica, com o modelo Cosmos voltado para humanoides, e projeta expansão para veículos autônomos e fábricas inteligentes.
Liderança da empresa
Huang tem criticado as restrições de exportação dos EUA e defende a relevância do mercado chinês
A liderança da companhia é atribuída a Jensen Huang. Fundador e atual CEO, ele conduziu a transição da Nvidia de uma fabricante de placas gráficas para jogos a principal fornecedora global de chips de IA.
Em julho de 2025, sua fortuna pessoal foi estimada em US$ 138 bilhões, colocando-o entre os dez maiores bilionários do mundo.
Huang tem criticado as restrições de exportação dos EUA e defende a relevância do mercado chinês, onde se concentra parte significativa dos pesquisadores de inteligência artificial.