Pesquisadores determinaram que, em estudo divulgado pela NASA esta semana, um pulsar — estrela de nêutrons em rotação rápida — atravessou um extenso filamento de rádio de 230 anos-luz no centro da Via Láctea, chamado de “A Serpente”, provocando sua fratura.
A colisão foi identificada por meio de imagens do Observatório de Raios X Chandra, combinadas com dados dos radiotelescópios MeerKAT, na África do Sul, e do Very Large Array (VLA), nos Estados Unidos, e explica como o impacto deformou o campo magnético local e gerou emissões de partículas carregadas (elétrons e pósitrons).
Análise das imagens
O registro feito pelo Chandra assemelha-se a um raio-X de grande escala, evidenciando o ponto exato de fratura.
A partir da superposição dos dados de rádio do MeerKAT e do VLA, os cientistas notaram um “traço” luminoso correspondente à passagem do objeto, sugerindo que o pulsar manteve uma velocidade estimada entre 1 milhão e 2 milhões de milhas por hora após o chute recebido pela explosão de supernova que o originou.
O pulsar fugitivo
Batizado formalmente de G359.13142-0.20005, o filamento é popularmente apelidado de “A Serpente” e mantem dezenas de outras estruturas semelhantes ao redor do núcleo galáctico.
Após a explosão, a estrela recebeu um impulso que a lançou através do filamento, deixando um rastro de distorções magnéticas e sinais de rádio intensos.
Além de desvendar a origem da fratura, o estudo reforça a ideia de que objetos compactos — mesmo após o fim da vida estelar — podem exercer influência significativa em larga escala.
A publicação, veiculada no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, aponta também indícios de excesso de raios X na região da fenda, atribuídos às partículas aceleradas durante o choque.