terça-feira, 20 de maio de 2025

Rádio SOUCG

  • ThePlus Audio

Cientistas dão primeiro passo para fazer antiofídico universal

Augusto Dala Costa

Cientistas dão primeiro passo para fazer antiofídico universal

Cientistas da Universidade de Liverpool deram mais um passo em direção à confecção de um soro antiofídico
universal, ou seja, um antídoto contra o veneno da picada de todas as cobras venenosas
do mundo.

Normalmente, antiofídicos são específicos, ou seja, só funcionam para neutralizar um tipo de veneno
em particular, e seu método de fabricação — que consiste na injeção de doses pequenas de veneno em um cavalo e obtenção dos anticorpos que o animal produz — pode causar respostas imunes perigosas ao nosso corpo.

Caminho para o antiofídico universal

Além de efeitos adversos, soros antiofídicos comuns precisam ser administrados em grande quantidade para funcionar, o que levou pesquisadores a buscar soluções melhores. Uma delas seria o uso de anticorpos feitos através de engenharia genética em laboratório, como os produzidos em tratamentos contra o câncer e doenças autoimunes.


Participe do GRUPO CANALTECH OFERTAS no Telegram
e garanta sempre o menor preço em suas compras de produtos de tecnologia.

Uma das toxinas mais preocupantes presentes no veneno de algumas cobras é a neurotoxina, que paralisa os músculos ao bloquear sinais nervosos do cérebro e pode afetar os pulmões, matando a vítima rapidamente. Ela está presente nas cobras mais venenosas do mundo
, como a mamba negra, a naja, a cobra-real e a krait.

Os pesquisadores da Universidade de Liverpool conseguiram desenvolver um anticorpo laboratorial que neutraliza o veneno mortal
das neurotoxinas chamado 95Mat5, obtido após examinar mais de 50 bilhões de anticorpos únicos. Isso revelou os anticorpos capazes de reconhecer e neutralizar essas toxinas e seus efeitos no corpo humano.

Esse foi apenas o primeiro passo, no entanto, já que ainda é necessário produzir anticorpos capazes de neutralizar também hemotoxinas, que nos fazem sangrar, e citotoxinas, que destroem pele e osso, por exemplo. Uma vez que isso seja feito, será possível misturá-los com o 95Mat5 para produzir o antiofídico universal.

A distribuição desse eventual antídoto ainda enfrentará problemas logísticos, como a necessidade de refrigeração para manter a eficiência — muitos lugares que precisam de antiofídicos são quentes e não possuem eletricidade para o armazenamento apropriado. Anticorpos produzidos em laboratório estão entre os medicamentos mais caros do planeta, o que também afetaria populações pobres, que também figuram entre as mais expostas às cobras.

Leia a matéria no Canaltech
.

Trending no Canaltech:

Fonte

Enquete

O que falta para o centro de Campo Grande ter mais movimento?

Últimas