sexta-feira, 18 de abril de 2025

Rádio SOUCG

  • ThePlus Audio

Ciência e espiritualidade podem caminhar juntas no século XXI?

Carlos Antunes

Senador Astronauta Marcos Pontes (PL/SP) no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, São Paulo

Vivemos em um mundo cada vez mais conectado, onde as telas não se apagam, as notificações não cessam e a velocidade da informação parece atropelar o silêncio do pensamento. Precisamos parar, nem que seja por um instante, para pensarmos em nossos objetivos e no que realmente importa. E em momentos como a Semana Santa e a Páscoa, é inevitável refletir sobre a vida, os valores que nos guiam e o propósito que nos inspira.

Essa reflexão sempre esteve presente na minha vida, especialmente nos momentos mais inusitados de minha trajetória – até mesmo no espaço. Muita gente não sabe, mas sou devoto de Nossa Senhora e fiz questão de levar uma medalha de Nossa Senhora Aparecida quando cumpri a Missão Centenário no espaço. Levei em meu traje, com toda a tecnologia espacial avançada desenvolvida por cientistas e engenheiros do mundo todo, uma pequena medalha de Nossa Senhora Aparecida.

Carreguei comigo também a minha fé que me acompanha desde a infância, ensinada com carinho por minha mãe, lá em Bauru.

Quando estava em órbita, eu olhei pela janela e, em meio à escuridão do universo, avistei nosso Planeta Terra, azul como os olhos da minha mãe, um planeta cheio de vida e, percebi com clareza o milagre da existência. Diante dessa imensidão silenciosa, minha fé se fortaleceu.

Na história, eu também enxergo essa união. Desde o barro até o satélite, passamos de pintores e escultores rudimentares até engenheiros espaciais. O espírito criativo determina a tecnologia atual. E isso nos move há séculos, há milênios. Fé e ciência são expressões diferentes da mesma capacidade criativa de erguer prédios, ganhar batalhas, compreender um DNA até construir foguetes que ultrapassam a atmosfera.

Fé e ciência não são incompatíveis, mas complementares. Ambas nascem da inquietação humana, nascem da busca pelo sentido da vida e da busca por respostas. Qual é o meu lugar no universo? Como já afirmei anteriormente, se a ciência investiga o “como”, a espiritualidade nos ajuda a compreender o “porquê”. E essas perguntas não são concorrentes — elas se completam.

É nesse ponto que fé e ciência se encontram: ambas buscam respostas, ambas precisam de direção. E essa direção deve sempre apontar para o bem, para a verdade e para a vida. A tecnologia, por mais avançada que seja, não substitui os valores humanos. Pelo contrário, precisa ser guiada por eles.

A Páscoa e a Semana Santa nos ensinam valores e princípios profundos, que ultrapassam as barreiras do tempo e se mantêm essenciais, mesmo no mundo moderno.

Amor ao próximo: A completa doação de Cristo pela humanidade nos ensina o verdadeiro amor, incondicional e generoso.

Esperança: A dor, a morte e a ressurreição de Jesus nos mostram que sempre há um amanhã e um recomeço.

Perdão: A cruz nos ensina perdoar diante das injustiças. O perdão liberta e reconstrói.

Essas datas nos convidam a uma pausa interior, a um silêncio necessário em meio ao barulho do mundo digital. É um tempo que nos ensina princípios profundos. Esses valores estão enraizados na fé cristã e devem ser a base para construirmos nosso mundo futuro.

Sem valores, até mesmo a mais avançada inovação pode perder o rumo. Mas com eles, a ciência e a tecnologia se tornam instrumentos poderosos para o bem, para a vida e para a dignidade humana. É aí que fé e ciência se encontram: na busca por respostas que não apenas expliquem o mundo, mas que também o melhorem.

tecnologia.ig.com.br

Enquete

O que falta para o centro de Campo Grande ter mais movimento?

Últimas