Nesta semana, a farmacêutica norte-americana Moderna anunciou que trabalha em parceria inédita com a OpenAI para fornecer aos colaboradores o ChatGPT Enterprise, que é a versão “premium” da inteligência artificial generativa. Com 80% da equipe usando, a aposta é que seja possível acelerar o desenvolvimento de novas terapias e vacinas de mRNA (RNA mensageiro)
, impactando a saúde global.
Vale lembrar que, durante a pandemia da covid-19, a Moderna conseguiu desenvolver a sua própria vacina de mRNA contra o coronavírus SARS-CoV-2
em tempo recorde e, em muitos mercados, o imunizante concorreu diretamente com o da Pfizer. Ambos usam a mesma tecnologia
para ativar o sistema imunológico, mas, no Brasil, chegaram apenas as doses da Pfizer.
Para os próximos 5 anos da companhia, a meta será lançar 15 novas terapias e vacinas de mRNA, além de fortalecer as vacinas da covid-19. Em busca deste objetivo bastante ambicioso, o ChatGPT
poderá acelerar os processos em todas as áreas, o que inclui pesquisa clínica, jurídico, comercial e produção de vacinas.
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“A Moderna está liderando ao capacitar todos os seus funcionários para usar IA para resolver problemas complexos”, afirma Sam Altman, CEO da OpenAI, em nota sobre a parceria.
Anteriormente, os colaboradores da Moderna já usavam o mChat, que foi construído internamente com base na API
da OpenAI, desde o início do ano passado. Então, a migração foi orgânica.
Uso do ChatGPT nas vacinas
Para entender as aplicações práticas do ChatGPT e da IA generativa
dentro da companhia, a proposta é sempre implementá-lo como forma de impulsionar a automação e a produtividade, nos mais diversos setores. A parte da pesquisa, como as vacinas de mRNA, também está incluída.
Para entender a extensão do uso, os colaboradores da Moderna já criaram mais de 750 versões exclusivas e personalizadas do ChatGPT, da OpenAI, também conhecido como GPTs, para a realização de tarefas específicas.
Através do recurso Advanced Data Analytics do ChatGPT Enterprise, a ideia é avaliar melhor a dose ideal da vacina que será selecionada pela equipe do estudo clínico. Para justificar a resposta, a ferramenta lista referências consultadas e gera gráficos informativos, com os principais tópicos, o que torna viável a checagem humana.
“Isto permite uma revisão detalhada, liderada por humanos e aumentada com informações de IA, ao mesmo tempo que prioriza a segurança e otimiza o perfil de dose da vacina antes do desenvolvimento adicional em ensaios clínicos de fase final”, pontua a própria farmacêutica.
IA generativa no futuro
“Tal como a introdução do computador pessoal na década de 1980 mudou a forma como trabalhamos e vivemos, a IA está no caminho de transformar completamente a nossa vida quotidiana”, aposta Stéphane Bancel, CEO da Moderna. Este impacto será o mesmo dentro das companhias, dos mais diversos setores.
“A Moderna tem um plano ambicioso para lançar vários produtos nos próximos anos, e as colaborações com empresas como a OpenAI são fundamentais para a nossa capacidade de escalar e maximizar o nosso impacto nos pacientes”, completa.
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