Como ser um centenário saudável? Essa é a pergunta que guia um estudo da USP que busca desvendar o segredo de pessoas que conseguem se manter saudáveis mesmo tendo mais de 100 anos. A análise teve início durante a pandemia de covid-19, sob o objetivo de entender como esses idosos foram expostos ao vírus e permaneceram assintomáticos.
A princípio, o intuito era investigar se havia um componente genético que protegeria essa população de desenvolver a forma grave da doença. Dentre os voluntários, havia 20 centenários — três deles tinham mais de 110 anos.
O estudo está longe de terminar, mas agora já reúne os dados de 40 centenários de diferentes regiões do país que doaram material genético para o Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco da USP.
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Dois deles chegaram a morrer pouco tempo depois de fornecer o material, mas isso não teve interferência na análise.
“Sabemos que o envelhecimento saudável depende 80% do ambiente e 20% da genética. Entretanto, conforme as pessoas envelhecem, a genética começa a ter um papel cada vez mais importante”, defendeu a diretora do CEGH-CEL Mayana Zatz, na época do estudo.
Segredo da longevidade
A proposta da pesquisa que segue em curso agora é identificar quais são as variantes genéticas responsáveis pela longevidade, o que essas variantes produzem e compartilhar esses segredos com todos.
Entre os centenários analisados, estão os moradores do Norte Fluminense Davino Cordeiro Leodoro, Deolira Glicéria Pedro da Silva e Nora Rónai e os mineiros Laura de Oliveira e José Bernardo da Silva, que em entrevista para O Globo
, justificam sua longevidade com hábitos saudáveis.
Dois deles, inclusive — Nora e Laura — possuem o costume de praticar natação. Laura inclusive chegou a competir e foi recordista na categoria centenários.
Pouco a pouco, a ciência quer entender como alguns centenários conseguem ser tão lúcidos e saudáveis. Um estudo da GeroScience
chegou a coletar sangue de centenários para desvendar a longevidade
,e até descobriram alguns biomarcadores importantes, como níveis de colesterol e glicose.
Por enquanto, o que sabemos é que determinados hábitos podem dar uma turbinada na expectativa de vida
, como comer de forma saudável, ter um sono de qualidade; praticar exercícios físicos regularmente, aprender a controlar o estresse, reduzir consumo de bebidas alcoólicas, evitar o tabagismo, ter boas relações sociais e não utilizar opioides.
A lição que fica é que precisamos aprender com esses centenários e aderir a uma vida mais saudável, em busca da tão sonhada longevidade.
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