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Butantan descobre candidatos vacinais contra a esquistossomose

Nathan Vieira

Butantan descobre candidatos vacinais contra a esquistossomose

Na última quinta-feira (4), um artigo publicado na revista científica NPJ Vaccines
trouxe a descoberta de um estudo conduzido no Instituto Butantan que encontrou alvos do parasita Schistosoma mansoni
que podem ser eficazes como candidatos vacinais contra a esquistossomose ou barriga d’água.

Para chegar a essa descoberta, os cientistas analisaram 12 mil proteínas do verme causador da doença, através de uma técnica conhecida como phage display
, que consiste em trabalhar com vírus que se proliferam em bactérias como vetores para expressar peptídeos ou proteínas do parasita.

Trata-se de uma sequência de outro estudo que chegou à conclusão de que a vacina contra esquistossomose pode ser desenvolvida com anticorpos de macacos
, ao descobrir o mecanismo pelo qual a espécie Macaca mulatta
desenvolve naturalmente uma resposta imune duradoura contra a doença.


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A resposta leva à autocura após um primeiro contato com o parasita, de forma que o organismo do animal reage rapidamente a uma segunda infecção.

“Há quem defenda que não dá para fazer vacina contra a esquistossomose. Porém, nossas descobertas melhoram a compreensão das respostas imunes e abrem perspectivas promissoras para o desenvolvimento de uma vacina eficaz. Trabalhamos com as 12 mil proteínas de todas as fases do ciclo de vida do Schistosoma e conseguimos apontar os alvos mais reativos”, afirma um dos pesquisadores, Almeida, em entrevista à Agência Fapesp
.

Os pesquisadores também descobriram uma maneira de separar os vermes causadores da esquistossomose, já que o S. mansoni
só consegue sobreviver na corrente sanguínea do hospedeiro se estiver com a fêmea vivendo dentro do macho.

O que é esquistossomose

Segundo o Ministério da Saúde, a esquistossomose é adquirida quando alguém entra em contato com água doce onde existam caramujos infectados pelos vermes causadores da doença. No Brasil, a esquistossomose é conhecida popularmente como “xistose”, “barriga d’água” ou “doença dos caramujos”.

“O período de incubação, ou seja, tempo que os primeiros sintomas começam a aparecer a partir da infecção, é de duas a seis semanas. A magnitude de sua prevalência, associada à severidade das formas clínicas e a sua evolução, conferem a esquistossomose uma grande relevância como problema de saúde pública”, afirma o Ministério da Saúde.

A Pasta afirma que a transmissão ocorre quando o indivíduo, hospedeiro definitivo, infectado elimina os ovos do verme por meio das fezes humanas. Em contato com a água, os ovos eclodem e liberam larvas que infectam os caramujos. Espera-se, então, que futuras pesquisas possam levar à vacina contra a esquistossomose.

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.

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