domingo, 5 de maio de 2024
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Brasil e Índia fecham parceria para tratar tumores sólidos

Fidel Forato

Brasil e Índia fecham parceria para tratar tumores sólidos

Para tratar tumores sólidos, cientistas do Brasil e da Índia trabalham em parceria. A nova estratégia contra o câncer demonstrou ser bastante promissora nos testes pré-clínicos, com animais com câncer colorretal
. O volume do tumor foi reduzido, enquanto o tempo de sobrevida aumentou.

A forma de tratamento oncológico recém-desenvolvida age a partir da inibição do chamado microambiente tumoral inflamatório (TME). De forma mais simples, a terapia foca no ambiente em que as células cancerígenas crescem, já que este local, em determinadas condições, pode inibir a chegada das células de defesa do próprio paciente. Sem esta barreira, o câncer avança de maneira acelerada.

“Muitas vezes essas células e moléculas [do microambiente tumoral] ajudam o tumor a crescer e, por isso, dizemos que ele escapa da vigilância do sistema imune”, destaca Lúcia Helena Faccioli, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da USP e uma das autoras do estudo, para a Agência Fapesp
.


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Então, é como se ocorresse uma batalha entre as células imunológicas promotoras e inibidores do câncer nesse microambiente. A ideia é que o novo tratamento turbine a ação daquelas células com capacidade de impedir o avanço do tumor.

Novo tratamento Brasil e Índia

Para impedir o crescimento dos tumores sólidos, os pesquisadores brasileiros e indianos desenvolveram nanomicelas quiméricas. São partículas muito pequenas, medindo entre 1 e 100 nanômetros, constituídas por uma combinação de fosfolipídios (NMs), docetaxel (DTX) e dexametasona (DEX)
.

As duas primeiras substâncias, NMs e DTX, são usadas na eliminação de células tumorais. Já a DEX é um anti-inflamatório que limita a produção de substâncias inflamatórias. As três são antigas conhecidas da ciência, mas nunca foram entregues desta forma no tratamento oncológico.

Terapia contra tumores sólidos

Publicado na revista Journal of Controlled Release
, o estudo detalha a ação das nanomicelas quiméricas em camundongos com câncer sólido — aqueles tumores que ficam fixos em uma região, como os que normalmente afetam a mama, o pulmão ou a região colorretal.

Quando a medicação foi administrada por via intravenosa, o tratamento demonstrou ser bastante eficiente, já que provocou a redução do tamanho dos tumores. Esta diminuição foi 5 vezes superior, quando comparada aos camundongos com câncer colorretal
não tratados. Além disso, aumentou o tempo de sobrevida dos roedores foi de 28 a 30 dias para 44 a 50 dias.

Segundo os autores, a medicação alterou a balança entre as células ao redor do tumor, permitindo que as células de defesa conseguissem combater de forma mais efetiva a doença.

“Embora esses estudos tenham sido feitos em animais, os resultados são muito promissores e abrem possibilidades de estudos em humanos, já que as partículas são formadas por compostos já aprovados para utilização humana”, afirma Faccioli.

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