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Biópsia líquida diz qual é o melhor tratamento contra o câncer

Fidel Forato

Biópsia líquida diz qual é o melhor tratamento contra o câncer

Quando se fala na possibilidade de cura do câncer, existem alguns fatores importantes, como o diagnóstico precoce e a escolha das terapias mais potentes contra aquele tumor. Buscando auxiliar na escolha do melhor tratamento para cada paciente, o sistema público de saúde britânico coordena um experimento envolvendo a biópsia líquida, um tipo especial de exame de sangue, para casos de câncer de pulmão
.

Hoje, os oncologistas têm algumas opções de tratamento para o câncer, como a radioterapia e a quimioterapia
— feita com medicamentos injetados por via venosa ou ainda comprimidos. Neste último caso, o melhor remédio depende de características específicas do tumor, que podem ser descobertas pela biópsia líquida ou por métodos tradicionais (biópsia sólida).

“Este novo exame de sangue que estamos testando tem o potencial de ajudar os pacientes com câncer a acessarem tratamentos direcionados mais rapidamente”, afirma Peter Johnson, médico e diretor clínico do Serviço Nacional de Saúde (NHS), em nota.


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Além disso, vai “garantir que as pessoas com câncer tenham a melhor chance possível de sobrevivência”, aposta Johnson.

O que é biópsia líquida para câncer?

Para entender o que é biópsia líquida, vale dizer que este é um exame quase sempre feito a partir do sangue. Em alguns casos, podem ser usadas amostras de urina e de outros fluidos corporais. Entretanto, não são necessárias amostras sólidas do turmo, retiradas numa biópsia.

No laboratório, as amostras são analisadas para a presença de células cancerígenas e de fragmentos do DNA das células tumorais. Sendo preciso, é o DNA
tumoral circulante (ctDNA). A detecção da sua presença é importante em quatro principais cenários:

  1. Rastreio de possíveis casos de câncer, com a confirmação posterior a partir de exames mais precisos;
  2. Direcionamento no melhor tratamento oncológico, analisando quais medicamentos podem oferecer melhores resultados com base na genética do tumor. Afinal, permite identificar mutações que conferem maior resistência ao câncer;
  3. Acompanhamento dos resultados do tratamento, observando a queda dos biomarcadores;
  4. Avaliação do risco de reincidência, a partir de mudanças no nível do ctDNA.

No futuro, a ideia é que essa análise de biomarcadores no sangue possa ser usada para identificar qualquer tipo de câncer, antes dos primeiros sintomas, o que vai aumentar ainda mais as chances de sucesso do tratamento.

“As biópsias líquidas de CtDNA têm o potencial de transformar o tratamento do câncer de pulmão
para os pacientes, desde o diagnóstico precoce até o prognóstico e melhor gerenciamento de tratamentos”, reforça Sanjay Popat, pesquisador e um dos responsáveis pelos testes em 10 mil pacientes no Reino Unido.

E o Brasil no combate ao câncer?

A biópsia líquida já está disponível no Brasil, ao lado de outras propostas inovadoras no combate ao câncer, como a terapia CAR-T Cell
. No entanto, o uso ainda é restrito e não está amplamente disponível em todas as regiões do país.

No campo da pesquisa, um dos destaques brasileiros é o estudo desenvolvido com pacientes do Instituto Mário Penna, através do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon), em Minas Gerais.

Com a iniciativa, os pesquisadores buscam descobrir quais biomarcadores tumorais podem ser encontrados no sangue de mulheres com câncer de mama e com câncer de ovário. Isso ajudará a expandir os usos da biópsia líquida para mais tipos de tumores e, oportunamente, pode ser incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS).

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.

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