Todos sabemos que Alan Moore detesta super-heróis faz tempo, embora ele mesmo tenha contribuído para a mitologia de Superman
, Batman
e Lanterna Verde
algumas vezes com ideias geniais. E Watchmen
, embora seja uma desconstrução do gênero, continua sendo a trama definitiva sobre os protetores uniformizados da humanidade. Contudo, sua rejeição atualmente é tão grande ao próprio trabalho que ele nem mesmo permite em casa.
Para quem pegou o “bonde andando”, quando Watchmen
foi encomendado a Moore, era para um jovem escritor britânico em ascensão reformular personagens da Charlton Comics, que havia sido comprada pela DC Comics. Em vez de versões atualizadas para meados de anos 1980, o resultado foi a desconstrução dos super-heróis — era a primeira vez que o autor realmente deixava claro sua aversão ao gênero.
Os constantes desacordos com colegas de trabalho que se tornaram amigos de produção, e as brigas judiciais com a DC Comics, a quem passou a rejeitar, inclusive os direitos autorais, tornaram sua aversão ainda maior de 1990 para cá. Em entrevista ao Film4 Frightfest 2014, Moore reiterou como é “muito doloroso” para ele ter uma cópia de Watchmen em sua casa, já que prefere se concentrar no trabalho que está fazendo atualmente, em vez de em suas realizações anteriores.
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Em 2014, Moore se preparava para lançar seu primeiro romance, Jerusalém. No entanto, em todas as aparições que fazia para falar sobre o livro, acabava respondendo a perguntas sobre Watchmen
, muito mais do que gostaria. Nessa aparição no tapete vermelho no Film4 FrightFest, ele afirmou que foram “muitas amizades perdidas”.
“Tenho orgulho de todo o meu trabalho, exceto aquelas coisas de super-heróis que fiz e que todo mundo gosta. Não tenho mais cópias disso em casa. Não suporto olhar para isso. Foi muito doloroso, muitas amizades perdidas.”
Quando Alan Moore e Dave Gibbons criaram Watchmen
, o escritor tinha um acordo com a DC de que, uma vez esgotado o livro, os direitos dos personagens iriam para ele. Mas, a série se tornou muito popular e a editora a manteve impressa desde então.
Para piorar, uma das criações de maior orgulho do artista, Tom Strong
, foi também adquirida pela DC por meio da compra do selo Wildstorm. E, depois disso, já no final dos anos 2000, Moore decidiu que simplesmente não se dedicaria mais aos quadrinhos, e tem cumprido isso desde então.
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