IA
Chamamos de “inteligente” uma tecnologia que não tem consciência, nem moral, nem noção de contexto. Isso não é provocação: é o alerta de Diogo Cortiz, um dos poucos brasileiros que conseguem explicar o hype da IA. No novo episódio do podcast Inteligência Orgânica, fizemos uma travessia entre o delírio do Vale do Silício e a urgência de um pensamento mais crítico e humanizado.
Cortiz não economiza nas palavras: “IA não pensa, não sente, não sabe. Ela apenas calcula.” Por trás do verniz técnico, o que temos são sistemas estatísticos que podem — e frequentemente são — racistas, misóginos, discriminatórios. Não por maldade, mas porque foram treinados com os dados de um mundo que já é tudo isso. Ou seja: a IA não inventa o preconceito, ela escala.
Conversamos sobre os limites éticos de delegar decisões a algoritmos, a infantilização do debate público em torno da tecnologia, e o perigo real de uma sociedade que troca pensamento por automação. Cortiz é enfático: estamos criando ferramentas que nos fazem pensar menos. E isso, num mundo já entorpecido pela desinformação, é gasolina no incêndio.
Também falamos sobre a escola. Sobre como a educação precisa parar de formar gente pra um mercado que talvez nem exista mais. Sobre como o foco deveria estar em ampliar aquilo que só os humanos possuem: sensibilidade, julgamento, escuta, alteridade.
Esse episódio não é sobre IA. É sobre nós. Sobre o risco de terceirizar à máquina aquilo que define a experiência humana. E sobre o desafio de ensinar as próximas gerações a não confundir cálculo com consciência.
Ouça. Questione. Porque inteligência, no fim das contas, ainda é coisa de gente.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG