sexta-feira, 28 de novembro de 2025

2025, a COP Amazônica, os 3 Guardiões da Natureza e seus Legados!

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A retomada da Conexão com a Natureza

2025, a COP Amazônica, os 3 Guardiões da Natureza e seus Legados!

Um brasileiro, um chinês e uma britânica. Diferentes profissões, diferentes nacionalidades, diferentes ativismos em prol da natureza. Sensibilidade, conexão, propósito e consciência, somados as atitudes em prol da Vida, os tornaram inspirações para a humanidade.

 A celebração ambiental, na COP 30 – a chamada “COP Amazônica”, marcada para Belém –, não contará com a presença física dessas sumidades ecológicas. Sebastião Salgado, Kongjian Yu e Jane Goodall partiram em 2025, deixando para trás não um vazio, mas uma bússola para as discussões cruciais que ocorrerão em solo brasileiro. Suas histórias nos ensinam que a semente da consciência ambiental, quando plantada na infância, floresce em ações transformadoras que reverberam por gerações.

A Semente da Consciência nas Crianças e Jovens

Antes de se tornarem gigantes globais, Salgado, Yu e Goodall foram crianças curiosas, cujos corações foram moldados pela natureza ao seu redor.

A Ambientalista que nos ensinou sobre o comportamento dos Chipanzés
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A Ambientalista que nos ensinou sobre o comportamento dos Chipanzés

Jane Goodall não tinha um laboratório, mas um quintal. Aos quatro anos, na Inglaterra, ela passou horas escondida em um galinheiro, apenas para descobrir de onde vinham os ovos. A paciência e a observação inocente que definiriam suas pesquisas com chimpanzés começaram ali, no olhar atento de uma menina para as galinhas.

Sebastião Salgado, o Fotógrafo  Regenerador
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Sebastião Salgado, o Fotógrafo Regenerador

No Brasil, Sebastião Salgado cresceu na Fazenda Bulcão, em Aimorés, Minas Gerais. Seu território de aventuras era a Mata Atlântica, um mundo de rios, árvores gigantes e sombras frescas. Essa conexão primal com a floresta ficou gravada em sua alma, tornando-se o porto seguro ao qual ele retornaria décadas depois, para curar a terra e a si mesmo.

O Arquiteto Ambientalista das Cidades Esponjas
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O Arquiteto Ambientalista das Cidades Esponjas

Já o chinês Kongjian Yu teve uma infância marcada não pela abundância, mas pela simplicidade agrária. Criado em uma vila rural, ele testemunhou a sabedoria prática dos agricultores, que conviviam com a água das chuvas, e não contra ela. Ele nadou em riachos e viu como a natureza, quando respeitada, provê. Essas memórias se tornariam a base filosófica de seu revolucionário conceito de “cidades esponja”.

Estes três exemplos evidenciam que a sensibilidade, a ética e o respeito pela fauna e flora não são conceitos abstratos a serem aprendidos na idade adulta. São valores cultivados no contato direto, no brincar ao ar livre, no observar um inseto, no plantar uma árvore. Despertar isso nas crianças e jovens do mundo inteiro não é um extra curricular; é uma necessidade vital para a formação de cidadãos planetários responsáveis.

COP Amazõnica
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COP Amazõnica

Os Legados que ecoarão na COP Amazônica

A COP 30, no coração da Amazónia, não será apenas uma conferência sobre metas de carbono. Será um palco de discussões sobre os pilares que estes três visionários personificaram.

Sebastião Salgado e a Regeneração Ativa: Depois de documentar as feridas abertas da humanidade em projetos como “Êxodos”, o fotógrafo Sebastião Salgado voltou seus olhos e sua lente para a cura. Ao lado de sua esposa Lélia Wanick, ele fundou o Instituto Terra e empreendeu o épico reflorestamento de sua propriedade natal. O que era terra arrasada e seca voltou a ser um exuberante pedaço de Mata Atlântica, com milhões de mudas nativas. Seu legado é a prova tangível de que é possível regenerar. Na COP 30, o tema da “Economia da Restauração” será central, e o trabalho de Salgado pode ser o case brasileiro mais eloquente de que investir na recuperação de biomas não é um custo, mas um investimento no futuro.

Kongjian Yu e a Convivência com a Natureza: A trágica e simbólica morte desse arquiteto extraordinário no Pantanal, um dos maiores santuários de água doce do mundo, reforça a urgência de sua mensagem. Ele desafiou a arrogância da engenharia tradicional, que entuba rios em concreto, e propôs as “cidades esponja”. Seu conceito defende que as urbes devem absorver, limpar e reutilizar a água da chuva, imitando o ciclo natural. Seu legado é a resiliência através do design ecológico. Na COP Amazônica, onde se discutirá a gestão de recursos hídricos e a adaptação de centros urbanos às mudanças climáticas, as “cidades esponja” de Yu surgirão como uma solução prática e inteligente, mostrando que desenvolvimento e natureza podem e devem ser parceiros.

Jane Goodall e o Empoderamento das Novas Gerações: Goodall partiu, mas seu chamado ecoa mais forte do que nunca. Ela não era apenas uma cientista; era uma contadora de histórias que nos mostrou nossa própria humanidade ao nos apresentar os chimpanzés. Seu maior legado institucional, o programa “Roots & Shoots” (Raízes e Brotos), está presente em dezenas de países, empoderando milhões de jovens a liderarem projetos ambientais e humanitários em suas próprias comunidades. Seu legado é a esperança ativa e a educação compassiva. Na COP 30, o eixo da “Educação Climática e da Juventude” será inseparável do espírito de Goodall, lembrando aos líderes que as políticas para o planeta são ineficazes sem engajar e ouvir aqueles que herdarão os resultados de nossas ações hoje.

 O Brasil no Centro do Palco: Da Despedida ao Renascimento

 A despedida desses três gigantes em 2025, dois deles em solo brasileiro, não é um acaso, mas um símbolo. É como se o planeta concentrasse seu olhar sobre o país que abriga a maior biodiversidade do mundo no momento em que perde alguns de seus maiores guardiões. O Brasil, portanto, carrega uma responsabilidade dupla: a de hospedar o mundo para um diálogo decisivo e a de honrar a memória daqueles que dedicaram suas vidas à causa que está na mesa.

Encerrar este ciclo de perdas e abraçar o futuro significa enaltecer o papel do Brasil não como um país em desenvolvimento, mas como uma potência regenerativa global. Os “bio-negócios” – termo que vai muito além da economia verde tradicional – representam esta oportunidade. É a valorização da floresta em pé, o desenvolvimento de cadeias sustentáveis de produtos da sociobiodiversidade, a bioeconomia que gera emprego, renda e mantém o carbono estocado.

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Gilberto Namastech – Futurista

O legado de Salgado nos mostra o caminho da regeneração dos biomas. A visão de Yu nos ensina a construir cidades harmoniosas com nossos recursos. E o espírito de Goodall nos impele a levar esta mensagem a cada criança, em cada canto do planeta.

 A COP Amazônica não é um fim, mas um começo. Um começo que se constrói sobre os alicerces deixados por um brasileiro, um chinês e uma britânica. Eles nos lembraram que a vida é interconectada. Cabe agora ao Brasil, no palco que o mundo todo estará observando, liderar pelo exemplo, transformando dor em ação, e homenagem em um legado vivo de regeneração planetária.

Gilberto Lima Junior é Futurista, Palestrante Internacional e Presidente do Instituto Illuminante de inovação Tecnológica e Impacto Social. Redes Sociais: @gilbertonamastech

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