segunda-feira, 19 de maio de 2025

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Efeito porta: lapsos de memória podem ser prejudiciais à saúde

O “efeito porta”, termo criado pelo cientista cognitivo Tom Stafford, descreve o fenômeno em que uma pessoa esquece o que estava prestes a fazer ao entrar em um novo ambiente. Em outras palavras, a memória falha de forma literal ao atravessar uma porta. É possível que você já tenha passado por essa situação e, provavelmente, tenha esquecido o que estava indo fazer. Esse fenômeno, embora, muitas vezes cômico, tem gerado curiosidade nas pessoas que gostariam de entender a principal motivação para esse fato ocorrer.

Para a Neurologista e Professora do Curso de Medicina da Faculdade Santa Marcelina, Cristiane Maria da Rocha, o fator predominante para o efeito acontecer é a transição de um ambiente para o outro. “O ato de atravessar uma porta funciona como um marco para a mente, simbolizando uma transição de evento. Ao mudar de ambiente, também ocorre uma mudança no foco de atenção, o que segmenta a memória e torna mais difícil recuperar a lembrança”, diz.

No entanto, o “efeito porta” ocorre principalmente quando a pessoa está em um estado cognitivo vulnerável, com a mente sobrecarregada. Isso pode ocorrer em função da grande quantidade de estímulos na sociedade atual. “O nosso cérebro não é projetado para lidar com tantas informações simultaneamente. Isso pode levar ao esgotamento mental, sobrecarregando o córtex cerebral e causando uma mente agitada, excessivamente analítica, impaciente, com dificuldades criativas, baixa tolerância e, naturalmente, afetando nossa memória”, explica.

A especialista ainda esclarece que é necessário ficar atento ao fenômeno, principalmente, se ele ocorrer várias vezes ao dia e salienta a importância de buscar auxílio especializado para entender as principais motivações dos esquecimentos frequentes. “Se por algum motivo esses episódios acontecerem constantemente é fundamental buscar apoio profissional e especializado para evitar possíveis problemas de saúde no futuro”, comenta.

Para esclarecer todas as dúvidas sobre o “efeito porta”, a especialista elencou as principais dúvidas abaixo:

O que acontece quando esquecemos o que íamos fazer ao passar por uma porta? 

O esquecimento momentâneo que ocorre quando atravessamos uma porta pode ser um reflexo das condições cotidianas que afetam o nosso cérebro. Existem muitas causas para que uma pessoa tenha sintomas de esquecimento. Entre os fatores que podem desencadear esses lapsos de memória estão o estresse, cansaço, pressão no trabalho ou nos estudos, falta de motivação e outros aspectos do dia a dia. Quando o esquecimento se torna recorrente e começa a afetar a vida cotidiana, como ao perder o rumo em lugares conhecidos ou deixar tarefas inacabadas, é importante procurar ajuda médica para investigar a causa.

Memória de curto prazo e processamento cerebral: qual é a relação? 

De acordo com a Dra. Cristiane, esse tipo de esquecimento está mais relacionado à memória de curto prazo, que é o processo de armazenar e recuperar informações imediatas. No entanto, se os lapsos de memória se intensificam e se tornam mais frequentes, pode ser necessário uma avaliação especializada para identificar se há alguma área do cérebro comprometida. O acompanhamento com um neurologista é essencial para fazer uma avaliação detalhada e identificar possíveis problemas relacionados ao funcionamento cerebral.

É um sinal de alerta para problemas neurológicos mais graves? 

Sobre a questão de saber se esse tipo de esquecimento pode ser um sinal precoce de demência ou outros problemas neurológicos graves, Dra. Cristiane afirma que desconhece essa informação. No entanto, ela enfatiza que, quando o esquecimento se torna frequente e progressivo, é essencial que a pessoa busque um especialista. A perda constante de memória que afeta a vida social, o trabalho e as atividades diárias pode ser um sinal de alerta para condições mais sérias, como doenças neurodegenerativas, que precisam ser avaliadas.

Fatores que intensificam os lapsos de memória 

Fatores como estresse, fadiga e distração podem, de fato, intensificar esse tipo de esquecimento. A vida moderna, com suas múltiplas demandas e o uso constante de dispositivos eletrônicos, pode prejudicar a nossa capacidade de focar e, consequentemente, afetar a memória. A especialista recomenda que, caso o esquecimento se torne frequente ou progressivo, a primeira atitude é procurar um médico de confiança. Ele será capaz de encaminhar a pessoa para os exames e tratamentos necessários.

Estratégias para manter o foco e reduzir os lapsos de memória 

Para minimizar os lapsos de memória, a Dra. Cristiane recomenda práticas simples do dia a dia. “Esquecimento é diferente de lapso de memória”, ela ressalta. Lapsos ocorrem frequentemente devido ao cansaço ou pressão. No entanto, existem estratégias que podem ajudar. A especialista sugere a adoção de um estilo de vida saudável, com atividades físicas regulares, especialmente aeróbicas, e leitura constante, como forma de estimular a mente. Além disso, é importante manter uma alimentação equilibrada e garantir um sono reparador.

Outro fator crucial é o uso responsável das tecnologias. “O uso excessivo das telas, seja celular, computador ou televisão, reduz nossa atenção e compromete a memória”, alerta a Dra. Cristiane. Ao praticar essas medidas, o cérebro tende a funcionar de maneira mais eficiente, o que pode reduzir os lapsos de memória e melhorar a concentração no dia a dia.

Fonte: NM/ML

coximagora.com.br

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