Com foco nos cuidados de pacientes em uso do medicamento Talidomida, em especial as mulheres em idade fértil, a SES (Secretaria de Estado de Saúde), por meio da Gerência da Tuberculose, Hanseníase e Micoses Endêmicas, Assistência Farmacêutica Básica e Estratégica e Vigilância Sanitária, em parceria com o Ministério da Saúde e ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), realizou nos dias 27 e 28 de março a capacitação “Hanseníase: ênfase no medicamento Talidomida”, no Centro de Convenções Dr. Günter Hans do Hospital São Julião, em Campo Grande.
A capacitação contou com a presença de aproximadamente 300 especialistas, entre médicos, residentes em fisioterapia e medicina, farmacêuticos, coordenadores do Programa de Saúde Hanseníase e gestores da vigilância sanitária, além de representantes do Ministério da Saúde, ANVISA e profissionais do Hospital São Julião, referência no tratamento da hanseníase no Estado.
A Gerente de Assistência Farmacêutica Básica e Estratégica da SES, Nathália Dantas Pelliccioni, ressaltou a importância do evento, destacando que além de aprofundar os conhecimentos sobre a hanseníase, os profissionais terão a oportunidade de discutir a aplicação e regulamentação da Talidomida.
“Este evento tem como objetivo capacitar profissionais de saúde sobre o diagnóstico, tratamento e reações clínicas da hanseníase, bem como discutir sobre o uso seguro da talidomida, medicamento de extrema importância no tratamento de eritema nodoso hansênico, tanto na atenção primária quanto na especializada. A talidomida é um medicamento controlado e por ser uma medicação teratogênica que pode causar malformações congênitas ou outros danos ao feto em desenvolvimento, é fundamental seguir um protocolo de segurança rigoroso ao administrar este medicamento, principalmente em mulheres em idade fértil. Durante o uso da talidomida essa paciente não pode engravidar”, explica Nathália.
De acordo com a Gerente de Assistência Farmacêutica Básica e Estratégica da SES a prescrição deste medicamento deve ser feita por médicos em receituário padrão, o qual deve ser exigido nas Unidades Públicas Dispensadora de Talidomida (farmácias do SUS que fornecem talidomida) pelos farmacêuticos.
Além disso, a vigilância sanitária é responsável por monitorar a prescrição do medicamento, as quais devem ser devidamente registradas nas farmácias, com controle rigoroso das entradas e saídas no livro de controlado de Talidomida. Além disso, a prescrição médica deve ser realizada corretamente, limitando-se a um período máximo de 30 dias de tratamento.
O coordenador-geral de Vigilância da Hanseníase e Doenças em Eliminação da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ciro Martins Gomes, destacou a importância dessa capacitação pioneira que vem reforçar a vigilância para aperfeiçoar o atendimento aos pacientes hansênicos.
“Sou médico dermatologista, é um grande prazer estar aqui junto com o estado de Mato Grosso do Sul, nessa importante campanha de capacitação sobre a atenção diferenciada aos pacientes com hanseníase e também ao uso diferenciado das medicações para as reações hansênicas, incluindo o uso dos corticóides e da talidomida. Também celebramos essa parceria com o Estado e outras instituições também do nível federal, da nossa campanha de hanseníase de Janeiro a Janeiro, do Ministério da Saúde, que prevê essa ida a todos os estados”, disse o representante do Ministério da Saúde.
Durante os dois dias de evento, os participantes participaram de palestras e oficinas práticas. No dia 27, das 13 horas às 17 horas, o foco foi no diagnóstico, tratamento e no protocolo clínico vigente da hanseníase.
Já no dia 28, das 8 horas às 12 horas, o foco das palestras foi a Talidomida, além de serem realizadas oficinas específicas para áreas envolvidas no cuidado, como Vigilância Sanitária, Assistência Farmacêutica e Coordenadores do Programa Hanseníase.
A capacitação é voltada para médicos da APS (Atenção Primária à Saúde), profissionais das áreas técnicas de Assistência Farmacêutica, Vigilância Sanitária e Coordenações do Programa Hanseníase dos 79 municípios do Estado.
O evento é uma oportunidade para reforçar o compromisso com o cuidado adequado e seguro dos pacientes com hanseníase, com foco no uso de Talidomida em todo o Estado.
Helton Davis, Comunicação SES
Fotos: Helton Davis