15.10.2025 · 4:30 · Vereador Landmark
O vereador Landmark Rios (PT) voltou a comentar sobre o colapso enfrentado pela rede pública de saúde de Campo Grande durante entrevista ao programa Capital Meio-Dia, da Capital FM, nesta quarta-feira (15). Segundo ele, o problema é reflexo da falta de planejamento e de uma gestão eficiente na aplicação dos recursos públicos.
“Tem dinheiro, mas falta gestão. Fizemos várias visitas e o que encontramos é abandono. Falta de médicos, falta de farmacêuticos, falta de dipirona e álcool nas unidades. A saúde de Campo Grande pede socorro”, afirmou o vereador.
De acordo com Landmark, mais de 50 tipos de medicamentos estão em falta nas farmácias municipais, enquanto outros são descartados por vencimento, um retrato, segundo ele, da falta de planejamento e da desorganização administrativa.
“É revoltante ver remédio sendo jogado fora enquanto falta nas prateleiras. Parte desse recurso é dinheiro público indo para o lixo”, criticou.
O parlamentar também revelou que uma decisão judicial de 2014 impede o Conselho Regional de Farmácia (CRF/MS) de realizar fiscalizações nas unidades de saúde da Capital, o que, segundo ele, agrava o descontrole no sistema.
“Não existe saúde pública se você não conversa com médico, enfermeiro e farmacêutico. E o Conselho tem poder de polícia, de interditar e multar. Impedir a fiscalização é brincar com a vida das pessoas.”
AGRICULTURA FAMILIAR
Além das cobranças na área da saúde, Landmark defendeu o fortalecimento da agricultura familiar e a criação de políticas de desenvolvimento rural sustentável em Campo Grande.
“Setenta por cento da comida que chega à nossa mesa vem da agricultura familiar, do assentamento, do quilombola, do indígena. Mas Campo Grande ainda depende de outros estados para se alimentar. Precisamos criar o Cinturão Verde e assentar 600 ou 700 famílias para produzir alimento de verdade, sem veneno, e abastecer nossas feiras e mercados”, explicou.
O vereador reforçou que o pequeno produtor precisa de apoio técnico, cooperativismo e incentivo à produção local, destacando o papel da Agraer no processo. “O pequeno produtor quer crescer, mas precisa de orientação técnica. A prefeitura precisa estar presente, organizar e dar condições para quem produz o alimento do campo-grandense.”
Por fim, Landmark ressaltou a importância do diálogo entre o Legislativo e o Executivo Municipal, mas cobrou mais planejamento e projetos estruturados da Prefeitura. “A prefeita precisa apresentar projetos executivos para levar ao Governo do Estado e ao Governo Federal. Sem planejamento, Campo Grande perde dinheiro e oportunidades.”
Texto: Renan Nucci
Foto: Pedro Roque
