07.08.2025 · 3:10 · Vereador Landmark
Durante a sessão desta quinta-feira (7), na Câmara Municipal de Campo Grande, o vereador Landmark Rios (PT) fez um alerta sobre a situação da Santa Casa, hospital referência da Capital, que enfrenta um colapso silencioso no atendimento à população. A denúncia foi baseada no relato de uma moradora que o procurou para expor os problemas enfrentados durante a internação do pai, de 78 anos, vítima de fratura no fêmur.
“O que recebi foi um pedido de socorro de uma filha desesperada. Ela não aguenta mais ver o pai sofrendo diante do descaso dentro da Santa Casa. E o que ela relata é gravíssimo”, afirmou Landmark em plenário.
De acordo com a denúncia, a situação dentro do hospital é crítica, com falta de materiais básicos, profissionais sem receber salários, e pacientes sendo obrigados a custear seus próprios medicamentos. Conforme o relato, equipes de enfermagem estão sem materiais básicos para executar o trabalho, não há lençóis suficientes para a troca nas camas dos pacientes e médicos cirurgiões da Ortopedia estariam há mais de 4 meses sem receber salário.
Além disso, faltam materiais cirúrgicos como próteses e hastes ortopédicas, insumos para a realização de cirurgias também estão em falta e servidores estariam com medo de não receber os salários deste mês. Diante da gravidade dos fatos, Landmark informou que já protocolou ofícios à direção da Santa Casa e à Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), exigindo explicações e providências imediatas.
AJUDA DO GOVERNO FEDERAL
O vereador também fez um contraponto, apresentando dados do próprio sistema do Ministério da Saúde, que mostram o envio de R$ 691,8 milhões para a saúde pública de Campo Grande em 2025.
Os recursos são distribuídos entre diversas áreas, sendo:
Atenção Especializada – R$ 2.893.642,00
Assistência Farmacêutica – R$ 8.563.175,99
Gestão do SUS – R$ 49.156.799,16
Vigilância em Saúde – R$ 24.111.654,82
Atenção Primária – R$ 88.306.972,17
Atenção de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar – R$ 518.774.138,53
“Se o Governo Federal está mandando recurso, se a verba existe, como é que pode faltar até lençol, seringa, prótese e pagamento de médico? Isso é descaso, é má gestão com dinheiro público e quem paga a conta é o povo mais pobre”, questionou Landmark.
O parlamentar reforçou que vai acompanhar de perto a resposta dos órgãos responsáveis e que não aceitará omissão diante de uma crise que afeta vidas e compromete a dignidade do atendimento hospitalar. “O nosso papel aqui é fiscalizar e garantir que cada centavo investido chegue na ponta, onde o povo mais precisa”, concluiu.
Texto: Renan Nucci
Foto: Pedro Roque