16.12.2025 · 4:00 · Vereador Landmark
O vereador Landmark Rios (PT) saiu em defesa da Feira Mixturô, realizada na Praça do Peixe, na Rua Bom Pastor, no bairro Vilas Boas, após o evento ter sido interrompido no último sábado durante uma fiscalização da Polícia Militar Ambiental. A interdição causou prejuízos a dezenas de feirantes e reacendeu o debate sobre o uso do espaço público, cultura e geração de renda.
Landmark afirmou que a feira cumpre um papel social e econômico importante e que a situação precisa ser tratada com diálogo, não com repressão. “A feira gera renda para muitas famílias, movimenta a economia local e é um espaço de cultura. O caminho não é oprimir quem trabalha, mas construir soluções para que todos convivam em respeito mútuo”, destacou.
Responsável pela organização da feira, Carina Zamboni esteve na Câmara Municipal de Campo Grande nesta terça-feira (16) e também no gabinete do vereador para relatar o ocorrido. Ela explicou que a feira existe há cerca de três anos anos e passou a se chamar Feira Mixturô quando deixou de ser apenas um espaço de artesanato e gastronomia para se consolidar como feira de empreendedorismo criativo.
“A feira começou como Feira da Praça do Peixe e hoje reúne cerca de 150 expositores. São empreendedores locais, da gastronomia, do artesanato, da economia criativa e também da revenda. Entendemos que a praça é um espaço público e que essas famílias têm o direito de usar esse espaço para gerar renda”, afirmou.
Segundo Carina, no sábado, por volta das 20h30, a organização foi abordada pela Polícia Militar Ambiental com a ordem para desligar o som. Mesmo discordando, a decisão foi acatada para evitar constrangimentos. Minutos depois, houve nova abordagem, desta vez exigindo o desligamento do gerador de energia que abastecia a feira.
“O gerador tem toda a documentação e está dentro das normas. Mesmo assim, fomos ameaçadas de prisão caso não desligássemos imediatamente. Pedimos apenas alguns minutos para avisar os expositores, para não queimar equipamentos, mas isso não foi permitido. O gerador foi desligado e a feira acabou”, relatou.
Ela afirmou que, além do constrangimento, houve prejuízo financeiro. “As pessoas foram embora, vendas foram interrompidas e tivemos relatos de equipamentos danificados. Foi um transtorno enorme para quem depende da feira para sobreviver”, disse.
Carina informou que a organização já iniciou articulações para evitar que situações semelhantes se repitam. Estão previstas reuniões com o secretário municipal de Cultura, com o comando da Polícia Militar e da Polícia Ambiental, além de encontros com outros organizadores de feiras. “A música, as apresentações culturais, fazem parte da feira. Como fazer uma feira cultural sem cultura?”, questionou.
Posição dos moradores
Durante a sessão ordinária desta terça-feira (16), a Câmara Municipal também ouviu o posicionamento dos moradores do bairro. O presidente da Associação de Moradores do Vilas Boas, Nola Pompeo, utilizou a Tribuna para explicar que a solicitação de fiscalização partiu de reclamações sobre possível perturbação do sossego.
“Diante de manifestações de vários moradores que se sentem lesados com eventos próximos à praça, protocolei ofício junto à Polícia Militar Ambiental solicitando fiscalização, manifestando interesse em me identificar e seguir com representação criminal caso fosse necessário, o que qualquer cidadão pode fazer”, afirmou.
Nola explicou que no entorno da Praça do Peixe há diversas residências e que, diante da atração musical prevista para o sábado, optou por pedir a fiscalização. Ele ressaltou que não há interesse em impedir a realização da feira. “Não há interesse de proibir feira de acontecer. Como qualquer atividade, está sujeita à fiscalização”, disse.
Texto: Renan Nucci
Foto: Assessoria









