18.11.2025 · 4:04 · Vereador Landmark
Após requerimento apresentado pelo vereador Landmark Rios (PT), o Comitê Gestor da Saúde de Campo Grande esteve reunido com vereadores na Câmara Municipal na manhã desta terça-feira (18) para apresentar dados sobre o trabalho realizado nos últimos 70 dias e algumas medidas para estancar problemas graves enfrentados pela rede municipal de saúde.
A reunião, que ocorreu a portas fechadas na Casa de Leis, reuniu parlamentares e gestores da administração municipal para discutir problemas persistentes na rede, como falta de medicamentos, insumos e o uso das novas ambulâncias do SAMU. O Comitê anunciou que, no início de 2026, a expectativa é que 100% dos estoques de medicamentos essenciais do município estejam abastecidos.
INSULINA
Durante a reunião, o vereador Landmark Rios questionou Ivone Kanaan Nabhan Pelegrinelli, coordenadora interina do Comitê Gestor da Sesau, sobre a falta de insulina em alguns postos de saúde da capital. Segundo o parlamentar, moradores estavam ligando para seu gabinete cobrando uma solução para o problema.
Ao ser questionada, a gestora ligou na mesma hora para o almoxarifado da Sesau e constatou que, de fato, havia insulina disponível, mas que o medicamento não havia chegado aos postos de saúde. Ninguém soube informar o motivo: se foi porque o gestor do posto não fez o pedido ou se houve algum problema de logística.
Diante da situação, o vereador Landmark Rios recomendou que a Sesau fique mais atenta à distribuição. “Se não tem o medicamento, já é um problema. Mas se tem e não está sendo distribuído, aí é outro tipo de problema, muito mais grave”, alertou o parlamentar.
CRONOGRAMA
O vereador explicou que o encontro teve como objetivo ouvir do Comitê Gestor o cronograma de respostas ao “socorro que Campo Grande pede nas unidades de saúde”.
“Foi apresentado que alguns remédios, até o final de dezembro, serão entregues. Está em processo ainda de compra, de adesão de atas. Foi falado também da possível pedalada dos R$ 156 milhões, que alegam que não houve. Foi falado do dinheiro que foi pago ao consórcio Guaicurus, que foi de vale-transporte dos servidores da saúde. Também falaramo das ambulâncias também do SAMU, caso que precisa ser repactuado com o Ministério da Saúde”, relatou Landmark.
O vereador destacou que o Comitê Gestor se justificou informando que está há menos de 70 dias assumindo a gestão e ainda tomando conhecimento da real situação. “Nós colocamos prazos e datas. Eles disseram que isso, até dezembro, muito será resolvido”, afirmou.
Questionado sobre sua opinião a respeito dos dados apresentados, Landmark demonstrou cautela. “Pelo que eles falaram, eles assumiram uma dívida, um passivo. Então eles estão administrando esse passivo e planejando a Secretaria daqui para frente. Nós esperamos o quanto antes que as unidades de saúde tenham os remédios dentro das suas farmácias”, declarou.
ABASTECIMENTO
Representando o Comitê Gestor, o secretário Especial de Licitação e Contratos, André de Moura Brandão, apresentou dados sobre os avanços no abastecimento de medicamentos essenciais. Segundo ele, a Sesau operava, há 70 dias, com apenas 55% dos 252 itens da lista REMUNE (Relação Municipal de Medicamentos Essenciais) disponíveis.
“Quando assumimos, o abastecimento estava em 55%. Hoje já chegamos a 80% e vamos alcançar 90% até o fim da segunda quinzena de dezembro. No início do ano, trabalhamos para atingir o atendimento pleno da REMUNE”, explicou André.
A coordenadora interina do Comitê Gestor, Ivone Kanaan Nabhan Pelegrinelli, detalhou outros assuntos tratados na reunião. Ela informou que está em andamento a documentação para o Ministério da Saúde aprovar a renovação de cinco ambulâncias do SAMU e a ampliação de uma unidade. Estas ambulâncias fazem parte de uma frota de seis ambulâncias enviadas pelo Governo Federal e que estão paradas, pois foram enviadas para ampliação das equipes. Contudo, o município busca usar cinco delas para renovar a frota atual de ambulâncias e deixar uma para a ampliação.
“Toda essa parte documental já foi enviada para Brasília para aprovação do Ministério. Alguns vereadores comentaram que a decisão de não tornar todas como expansão seria porque o gestor não gostaria de contratar profissionais para as áreas específicas dessas ambulâncias. Mas não é só contratar, é toda uma parte técnica de capacitação para a adequação do SAMU”, explicou.
Sobre o impasse com a Santa Casa, Ivone informou que o Comitê ainda está concluindo um estudo que deve ser apresentado na próxima semana tanto para a instituição quanto para o Estado. “A reunião com a Câmara de Vereadores foi uma reunião produtiva. Apresentamos os nossos fluxos de trabalho e essa troca foi muito positiva”, avaliou.
Texto: Renan Nucci
Foto: Pedro Roque








