02.09.2025 · 3:46 · Vereador Landmark
Durante a sessão desta terça-feira (02) na Câmara Municipal, o vereador Landmark Rios (PT) cobrou explicações da Prefeitura de Campo Grande após denúncias de que R$ 156 milhões teriam sido desviados da saúde, supostamente para o pagamento de outras despesas, em desacordo com a legislação.
A informação consta em ofícios enviados pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS) à 32ª Promotoria de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, protocolados no último dia 12 de agosto.
Segundo o CMS, há quase um ano o colegiado não recebe extratos bancários nem informações detalhadas sobre as contas do Fundo Municipal de Saúde, o que configura falta de transparência. Além disso, fornecedores e prestadores de serviço relataram atrasos nos pagamentos de contratos, comprometendo o funcionamento da rede.
A gravidade do caso levou o Conselho a solicitar auditorias ao Ministério Público, Tribunal de Contas do Estado, Tribunal de Contas da União e Departamento Nacional de Auditoria do SUS.
Para Landmark, a denúncia traduz a realidade encontrada nas fiscalizações que ele tem realizado em unidades de saúde dos bairros da Capital. Em visitas à UBS Dr. Astrogildo Carmona, na Vila Carlota, e à USF Dr. Antônio Pereira, no Tiradentes, na segunda-feira (01), o parlamentar constatou a falta de 37 medicamentos essenciais, equipamentos quebrados e até servidores tendo que usar seus próprios aparelhos para atender pacientes.
Nos CAPS, a escassez de remédios controlados chegou ao ponto de a Prefeitura adquirir apenas 1.000 comprimidos de Depakene, quantidade que dura menos de duas horas, conforme apurado pelo vereador.
“Enquanto o governo federal enviou mais de R$ 428 milhões em repasses, investimentos e convênios entre janeiro e agosto de 2025, a Prefeitura não consegue garantir nem o básico para a população. Isso mostra a dificuldade da gestão em entregar serviços de qualidade. O dinheiro existe, mas não chega a quem precisa”, afirmou o vereador.
Landmark protocolou ofícios à Secretaria Municipal de Saúde e ao gabinete da prefeita Adriane Lopes cobrando explicações imediatas. Ele destacou que a prioridade deve ser assegurar condições dignas para os servidores e atendimento de qualidade para a população. “Nosso mandato é fiscalizador, e vamos até acompanhar até o fim para que os recursos sejam aplicados com responsabilidade”.
Texto: Renan Nucci
Foto: Pedro Roque