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Em audiência, assistentes sociais apresentam reivindicações por readequação salarial e melhores condições de trabalho

01.09.2025 · 4:47 · Audiência Pública

A Câmara Municipal de Campo Grande realizou, nesta segunda-feira (1), audiência pública para debater a greve dos trabalhadores da Assistência Social e as reivindicações da categoria junto ao Executivo. A iniciativa foi proposta pela Comissão Permanente de Assistência Social e do Idoso, e buscou abrir espaço para diálogo diante do impasse nas negociações salariais da categoria.

Em nome do Fórum dos Servidores do SUAS (Sistema Único de Assistência Social) no município, a psicóloga Betânia Porto destacou a precarização da categoria e pediu apoio da Casa de Leis. “Viemos à Câmara para defender uma política pública que é essencial para a população, mas que há anos está invisibilizada. Pedimos socorro porque estamos precarizados e nos sentimos desrespeitados. Várias tentativas de negociação salarial foram feitas, sem sucesso, que resultaram em greve. Por isso pedimos apoio aos vereadores e a essa Casa de Leis”, afirmou.

Betânia apresentou dados que, segundo o Fórum, demonstram a defasagem salarial. Um servidor em início de carreira, que em 2014 recebia R$ 2,5 mil — equivalente a 3,5 salários mínimos —, hoje tem remuneração de R$ 3,7 mil, o que representa 2,5 salários mínimos. Pela estimativa da categoria, com a reposição inflacionária acumulada, o salário deveria estar em torno de R$ 5,1 mil em 2025.

Entre as reivindicações apresentadas estão a reposição da inflação não concedida nos últimos três anos, a incorporação de auxílio e a correção do vale-alimentação. A prefeitura acionou a Justiça e obteve decisão favorável determinando o retorno imediato dos servidores ao trabalho, sob pena de multa diária, mas as negociações ainda não avançaram.

A secretária-adjunta da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social), Inês Mongenot, participou da audiência e destacou que a gestão municipal está aberta ao diálogo. “A Assistência Social é uma política pública de extrema importância. Hoje temos 109 assistentes sociais efetivos, um grande avanço que começou em 2017, quando tínhamos apenas 5 ou 6 servidores para tocarem esse trabalho. A gestão tem disponibilidade para ouvir a categoria e negociar”, disse Inês.

A presidente do CRESS, Carmen Ferreira Barbosa, reforçou a relevância do SUAS e a necessidade de fortalecimento da política pública. “Buscamos contribuir tecnicamente. A articulação da categoria é fundamental para garantir o direito da assistência social. O SUAS é um dos principais sistemas protetivos do mundo”, destacou.

Os vereadores também se manifestaram em apoio à categoria. O vereador Wilson Lands afirmou ser “ fruto da Assistência Social. Infelizmente várias gestões não têm dado importância ao pleito de valorização salarial e melhores condições de trabalho para os assistentes sociais. Na pandemia, todos reconheciam o papel desses servidores, e agora não pode ser diferente. Este é um pleito que tem a nossa sensibilidade e nosso apoio”, disse Lands.

O vereador Leinha ressaltou a sobrecarga dos profissionais. “Servidores da SAS trabalham muito e ganham pouco na prefeitura. Sempre estarei a favor dos servidores da assistência social. É preciso ter agentes da Guarda Municipal nos CRAS para garantir a segurança dos assistentes sociais. Contem com os vereadores para avançar na carreira dos trabalhadores que merecem muito”. Já a vereadora Luiza Ribeiro pontuou que “a prefeita Adriane Lopes precisa priorizar a assistência social e recuperar este sistema que está precarizado. Esta era uma das principais secretarias e tinha um dos principais orçamentos da Prefeitura, mas isso foi se perdendo com o tempo. Temos que rever essa situação”, disse Luiza. Também participaram da audiência os vereadores Professor Juari e Neto Santos.

Representando o Executivo Municipal, a vice-prefeita Camilla Nascimento, que também é titular da SAS afirmou que “a assistência é grande em todos os sentidos e o alcance dela é imenso. Temos 52 estruturas edificadas sob responsabilidade da SAS. Precisamos dar visão e trabalho a tudo isso. A política do SUAS precisa de recursos para acontecer. E ela acontece com valorização salarial e estrutura para execução do trabalho. A negociação salarial não passa pela Secretaria Municipal de Assistência Social, mas estamos tentando auxiliar com investimentos para melhorar as condições de trabalho. A cidade vai cada vez mais começar a enxergar o trabalho dos servidores da assistência social. Temos um formato de trabalho de proximidade dos servidores. Todas as solicitações que não foram acompanhadas pela Secretaria nós vamos levar à prefeita, às secretarias de fazenda, administração e inovação, para buscar uma construção. O diálgo vai trazer resultado. Podem contar conosco para termos uma assistência social mais sólida e efetiva no município”, disse Camilla.

Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal

camara.ms.gov.br

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