sábado, 19 de julho de 2025

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Dor de garganta: os remédios caseiros realmente ajudam?

Chá
de hortelã, mel com limão, gargarejo com sal e até compressa quente no pescoço.
Quem nunca recorreu a esses remédios caseiros diante daquela dor incômoda na
garganta? Mas será que essas receitas populares funcionam mesmo — ou podem até
atrapalhar a recuperação?

Segundo
o Dr. Gilberto Pizarro, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, o uso de
métodos naturais pode sim ajudar nos primeiros dias dos sintomas, desde que
usados com cautela. “Nos dois a três primeiros dias da dor de garganta, quando
o quadro é mais leve e geralmente viral, a hidratação, o calor local e o
repouso vocal ajudam bastante”, explica. “Chás mornos, leite com canela e mel
funcionam como aliados importantes, especialmente se a imunidade da pessoa
estiver boa.”

Mas
nem tudo que parece natural é inofensivo. “Alguns ingredientes populares na
internet, como gengibre concentrado ou vinagre, são muito ácidos e podem
irritar ainda mais a mucosa da garganta”, alerta o médico.

Chá, mel, limão… e cuidado com exageros

Entre
os remédios caseiros mais comuns, muitos têm efeitos cientificamente
explicáveis. O mel, por exemplo, forma uma película protetora sobre a garganta
e tem leve ação antimicrobiana. O chá de camomila com mel, além de hidratar,
acalma e ajuda a reduzir o desconforto.

Já o
gargarejo com água morna e sal é um dos mais recomendados. “É seguro, simples e
eficaz. O sal tem um leve efeito antisséptico e a água morna relaxa a
musculatura local, ajudando no alívio da dor”, afirma Dr. Pizarro.

Por
outro lado, o especialista destaca que o exagero ou uso inadequado desses
métodos pode causar o efeito contrário. “É preciso cuidado para não mascarar
sintomas de infecções mais sérias, como amigdalite bacteriana, que exigem
antibióticos. Se a pessoa sente dor intensa, febre alta, dificuldade para
engolir ou respirar, é hora de procurar um médico.”

Quando o natural não dá conta

Embora
a maioria dos casos de dor de garganta seja causada por vírus e melhore sozinha
em cerca de 7 a 10 dias, há situações que merecem atenção redobrada. “Se houver
travamento da boca, desidratação, dor ao engolir que impede a alimentação ou
sintomas persistentes, a recomendação é buscar atendimento. Alguns quadros
podem evoluir para infecções graves e até internação”, enfatiza.

Além
disso, ele lembra que a dor de garganta pode ser sintoma de doenças mais sérias,
como sífilis, mononucleose e até HIV. “Essas condições são melhor tratadas
quando identificadas precocemente, por isso não se deve subestimar sintomas que
não melhoram com o tempo.”

Prevenir é sempre melhor

Para
evitar inflamações na garganta, o Dr. Pizarro reforça que hábitos simples são
os mais eficazes. “Boa alimentação, hidratação adequada, lavar as mãos com
frequência e evitar compartilhar objetos como copos e escovas de dente ajudam
muito. Em ambientes fechados e com muitas pessoas, o risco de contágio por
vírus e bactérias aumenta.”

E
quando o assunto é reforço natural da imunidade, o uso de própolis e gengibre
tem lugar — mas fora da crise. “Eles funcionam melhor como medidas preventivas.
Podem fazer parte da alimentação do dia a dia para fortalecer o sistema
imunológico.”


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