Durante oitiva realizada na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo da Câmara Municipal de Campo Grande, o diretor executivo do Consórcio Guaicurus, Robson Luiz Strengari, declarou que a responsabilidade pela má qualidade do serviço prestado à população é da Prefeitura. Segundo ele, o Consórcio é uma empresa privada que visa o lucro, e cabe ao poder público garantir o interesse dos usuários.
“Não é crime visar o lucro. O interesse público deve ser cuidado pela Prefeitura. O usuário não é a preocupação do Consórcio, o lucro é o mais importante”, afirmou Strengari. A fala expõe a visão empresarial da concessionária e coloca em debate o papel da administração municipal na fiscalização do transporte coletivo urbano.
O ex-diretor do Consórcio, João Rezende, reforçou as críticas à gestão pública municipal, acusando a Prefeitura de omissão. “Não há fiscalização do contrato nem do serviço prestado. A Prefeitura deixa de cumprir diversas obrigações, e quem paga por isso é o usuário, com um serviço cada vez mais precário”, disse.
As declarações causaram indignação entre parlamentares e usuários do transporte coletivo, que há anos denunciam superlotação, atrasos e más condições dos veículos. A vereadora Luiza Ribeiro, que integra a CPI, destacou que a população está sendo prejudicada por uma concessão descontrolada e sem supervisão efetiva por parte do poder público.
Marineti Pinheiro
Assessoria de Imprensa do Vereador