10.09.2025 · 4:55 · Vereador Landmark
Na manhã desta quarta-feira (10), o vereador Landmark Rios (PT) recebeu em seu gabinete o presidente do Conselho Municipal de Saúde de Campo Grande (CMS), Jader Vasconcelos. O encontro reforçou a gravidade das denúncias sobre a falta de transparência nas contas da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), que motivaram o Conselho a acionar o Ministério Público e solicitar uma auditoria detalhada no Fundo Municipal de Saúde.
Jader lembrou que uma das funções do Conselho é fiscalizar a aplicação dos recursos da saúde. Ele explicou que o órgão tem cobrado informações básicas da Prefeitura, como extratos bancários e relatórios de execução orçamentária, mas não tem recebido resposta. A situação, somada às denúncias de que houve o possível desvio de R$ 156 milhões da saúde para outras despesas, levantou suspeitas de irregularidades.
“Uma das atribuições do Conselho é fiscalizar as finanças da Secretaria de Saúde para sabermos como o dinheiro está sendo aplicado. A gente tem solicitado alguns documentos e não tem recebido. Na maioria das vezes, não temos nem uma resposta do porquê o documento não é enviado”, afirmou Jader. Por esse motivo, o Conselho solicitou ao Ministério Público e a órgãos de fiscalização, como o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS), um pente-fino nas contas. “O pedido de auditoria é pela falta de transparência. Não conseguimos analisar os gastos com saúde da forma como deveríamos, e isso impacta diretamente na qualidade do serviço”, destacou o presidente do CMS.
Abertura da “caixa-preta da saúde”
Landmark destacou que a fala de Jader confirma o alerta feito por ele na sessão da última terça-feira (9), quando levou ao plenário uma caixa-preta simbólica com os problemas identificados em suas fiscalizações. O vereador defendeu a abertura da “caixa-preta da saúde” para garantir que os recursos cheguem à ponta, beneficiando quem mais precisa.
“Já mostramos que só em 2025 o governo federal enviou mais de R$ 486 milhões para a saúde de Campo Grande, mas a população continua sem remédio, sem médico e sem insumo básico nas unidades. Some-se a isso a denúncia do desvio de R$ 156 milhões e a falta de transparência confirmada pelo Conselho. É urgente abrir a caixa-preta da saúde. Nosso mandato está articulando com a Superintendência Regional do Ministério da Saúde para que haja uma análise minuciosa das contas do município. Vamos seguir firmes nessa pauta, porque saúde não é favor, é direito”, afirmou o parlamentar.
Landmark vem realizando fiscalizações frequentes em postos de saúde da capital e já constatou problemas graves em unidades como a Vila Carlota, Tiradentes, Estrela Dalva e no Centro de Especialidades Médicas (CEM). As visitas identificaram a falta de dezenas de medicamentos, câmaras frias quebradas, insumos básicos insuficientes e até servidores obrigados a usar equipamentos pessoais para atender pacientes.
Texto: Renan Nucci
Foto: Pedro Roque