18.06.2025 · 11:47 · Eventos
A Câmara Municipal de Campo Grande recebeu, na manhã desta quarta-feira (18) o Fórum Participativo “Diálogos para Construção da Estratégia Brasil 2050”, parte de uma série de discussões promovidas pelo Governo Federal para ouvir a sociedade sobre o planejamento nacional a longo prazo.
O papel estratégico da Rota Bioceânica, garantindo mais competitividade aos produtos brasileiros, a segurança para atrair a confiança de investidores, a preocupação com sustentabilidade, com a distribuição igualitária de renda e acesso à educação foram alguns dos pontos elencados como fundamentais para conquistar avanços às futuras gerações.
O vereador Epaminondas Neto, o Papy, presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, reforçou o papel da Câmara “como palco legítimo das grandes discussões, reforçando o papel de protagonismo e a atribuição de Casa do Povo”. Ele ressaltou a importância de popularizar o debate de um tema complexo “para que mais pessoas participem ativamente da estratégia de planejamento”. Citou ainda que a Câmara trabalha também no planejamento de Campo Grande, subsidiada nas propostas que vêm da população.
O planejamento a longo prazo foi enfatizado ainda pelo presidente Papy, citando os avanços da tecnologia. “Planejar é ato de responsabilidade com as gerações futuras”, afirmou, lembrando que no dia a dia o curto prazo é executado, sem tirar os olhos dos grandes desafios. Ele citou ações práticas da Câmara, a exemplo do Projeto Pronto Pro Trabalho, executado em parceria com o Senai/Fiems, para qualificar 10 mil pessoas em cursos profissionalizantes, já encaminhados ao mercado de trabalho.
“Campo Grande precisa ser referência do desenvolvimento sustentável. O nosso futuro depende das escolhas responsáveis que fazemos hoje”, destacou ainda o presidente da Casa de Leis.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, abriu o evento e lançou questionamentos sobre o planejamento para o Brasil, avaliando indicadores e metas. “Qual caminho desejamos percorrer até 2050? Que Brasil teremos em 2030? Que Brasil teremos em 2035, 2040, 2045 ou 2050?”, elencou.
Ela citou a importância e o papel estratégico da Rota Bioceânica, que visa ligar os oceanos Atlântico e Pacífico, por meio de estradas e ferrovias que cortam Brasil (passando por Mato Grosso do Sul), Paraguai, Argentina e Chile. “Sem a Rota Bioceânica não há futuro para o agronegócio brasileiro”, avaliou a ministra, destacando a necessidade de encurtar distâncias para que os produtos da agroindústria cheguem com preços competitivos a outros países.
Criar no Brasil a cultura do planejamento a longo prazo é essencial, conforme pontuou a ministra, para atrair investidores, os quais buscam segurança para formalizar parceiras. Ela relatou que recebe esse questionamento nos outros países que visitou e, por isso, a meta de planejar o futuro do Brasil, com a ampla discussão que vem sendo realizada. A preocupação com a igualdade social, a educação das crianças e a sustentabilidade são vertentes que precisam ser contempladas em todo esse planejamento.
Diretrizes – O governador Eduardo Riedel citou a importância da Câmara protagonizar essa discussão fundamental para Campo Grande e todo Mato Grosso do Sul. Ele ressaltou o desafio do planejamento estratégico: “não somos só gestores públicos do momento. Somos arquitetos de um futuro; ao tomarmos decisão hoje estamos determinando o rumo que vamos tomar”.
Riedel citou a referência do plano estratégico montado para Mato Grosso do Sul, focado em quatro diretrizes: prosperidade, sustentabilidade, tecnologia e inclusão “Tudo que fazemos se encaixa dentro desses quatro pilares. Isso é diretriz estratégica”, afirmou. O governador citou a meta de erradicar a pobreza extrema no Estado, que já apresentou queda, estando hoje em 1,9%. Políticas públicas voltadas à educação, como escolas integrais, cursos profissionalizantes, apoio a comunidades indígenas e infraestrutura para garantir competitividade às empresas são alguns dos pontos deste planejamento.
O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) per capita foi citado como algo fundamental pela senadora Soraya Thronicke, coordenadora da bancada federal de Mato Grosso do Sul. “Precisamos da distribuição de renda equânime para aí sim estarmos com crescimento real”, citou, fazendo comparativo de dados do PIB e da geração de emprego de 2020 e 2024.
“Só vamos ter efetivamente um Brasil grande e justo na hora em que distribuirmos melhor nossas riquezas, terras e superarmos a pobreza e o atraso, além de pontuarmos o Brasil mais importante no contexto da América do Sul e outros países do mundo”, afirmou o deputado estadual Zeca do PT, que discursou em nome da Assembleia Legislativa. Ele citou ainda que vivemos atualmente o melhor momento entre os melhores estados, com geração de emprego e diversificação da base econômica.
Debate – O evento contou com o painel “A Construção da Estratégia Brasil 2050” e “Desafios e Oportunidades para o Brasil que queremos”, apresentado por Virgínia de Ângelis, Secretária Nacional de Planejamento. Pesquisadores de universidades de Mato Grosso do Sul, do Instituto Federal, representantes do Fecomércio, Sistema Famasul, integrantes de movimentos sociais e de grêmios estudantis estiveram presentes no debate. Fóruns participativos ocorrem em diferentes capitais brasileiras.
Em novembro, durante a 30ª edição da Conferência das Partes (Conference of the Parties), encontro anual organizado pela ONU para discutir e negociar ações de combate às mudanças climáticas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve entregar ao Congresso Nacional e a toda a sociedade brasileira uma carte de intenções com base no planejamento elaborado, como uma Carta de Intenções do Estado Brasileiro.
O debate completo, conduzido pelo secretário-executivo de Gestão Estratégica e Municipalismo, Thaner Castro Nogueira, foi transmitido pela TV Câmara, no canal 7.3, e no Youtube da Câmara Municipal.
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Milena Crestani
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal