18.06.2025 · 5:27 · Vereadora Ana Portela
A relatora da CPI do Transporte Público, vereadora Ana Portela (PL), apontou divergências milionárias nos valores apresentados pelo Consórcio Guaicurus durante a oitiva desta quarta-feira (18). O apontamento foi feito para que o Diretor-Presidente da empresa, Themis Oliveira, explicasse o motivo da diferença nos valores e no que isso é gasto. No entanto, o Diretor não soube explicar.
Um dos valores relatados pela vereadora são referentes a despesas não operacionais do Consórcio Guaicurus. Até 2020, os valores eram muito baixos. Em 2016 essa despesa contabilizou R$84 mil, em 2019 o valor foi de R$42 mil. Já em 2021, esse número salta para R$10,7 milhões, um aumento significativo de mais de 4.000% comparado aos anos anteriores que, segundo a relatora, “causa um estranhamento e suspeita”.
Ela ainda ressalta que “é alarmante que o Diretor-Presidente do Consórcio não saiba explicar para essa Comissão o que são as despesas não operacionais ou o motivo desse aumento. Isso reforça ainda mais a necessidade de apuração rigorosa pela CPI”.
Além desse dado, a vereadora também chamou atenção para o aumento do custo de manutenção da frota. Entre 2016 e 2019, quando a concessionária ainda registrava lucro, os custos de manutenção representavam cerca de 73% da receita vinda das tarifas. A partir de 2020, ano que iniciaram os repasses do Poder Público pela tarifa subsidiada, esse percentual passou dos 80%, tendo atingido 87,4% da receita.
“A questão desse aumento é que, mesmo com repasses públicos de dinheiro, o serviço não melhora. A maior parte da receita tem sido usada para a manutenção de ônibus que estão fora da idade média prevista em contrato, e que não tem qualidade para a população”, explicou a vereadora.
A relatora reforçou que vai continuar investigando essa divergência para que a resposta fique clara. A CPI aguarda o envio de documentos que explicam o aumento dos valores.
Madu Boin
Assessoria de Imprensa da Vereadora