O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que o governo brasileiro está “otimista” com a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tratar das tarifas impostas às exportações de produtos brasileiros.
“Estamos otimistas. Conversas vêm de alguns meses. Há 15 dias, teve a Ordem Executiva dos EUA que colocou tarifa zero para celulose e ferro níquel. […] Com esse bom encontro, como disse o presidente Trump, acho que teremos novos passos. Temos bons argumentos, porque o Brasil não é problema para os EUA”, afirmou Alckmin em entrevista à CBN Vale nesta segunda-feira (29).
Segundo o vice-presidente, a data e o formato do encontro, porém, seguem indefinidos.
“Não tem ainda informação sobre a data e o tipo do encontro, mas entendo que é um passo importante para podermos avançar. Nós temos 201 anos de parceria e amizade com os EUA”, disse.
Na avaliação de Alckmin, os argumentos do Brasil são “favoráveis” nas negociações, devido ao que ele considera ser uma relação “ganha-ganha”.
“Os Estados Unidos têm déficit com o mundo inteiro. Com o Brasil, tem superávit. Para vender produto aqui no Brasil, a tarifa é 2,7%. Este ano, a venda americana para o Brasil até agora, a média relativa ao ano passado, cresceu 11%. Então, o Brasil não é problema, é solução”, disse.
“É um ganha-ganha. É isso que se deseja, estamos confiantes de que terá uma boa conversa entre o presidente Lula e o presidente Trump e que isso possa destravar ainda para a gente avançar mais”, acrescentou.
As tratativas para a reunião foram reveladas por Trump durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) na última terça-feira (23).
“Eu o vi, ele me viu e nós nos abraçamos”, comentou o republicano, adicionando: “Nós concordamos que nos encontraremos na próxima semana. Não tivemos muito tempo para conversar, uns 20 segundos”.
Em entrevista coletiva no dia seguinte às declarações de Trump, Lula caracterizou o encontro como uma “surpresa boa” e acrescentou “acho que pintou uma química mesmo”.
CNN/ML