Uma mulher de 86 anos foi ao Hospital Regional de Ponta Porã, na semana passada, reclamando de dores abdominais e se surpreendeu com o motivo da enfermidade: um feto mumificado há cerca 56 anos no útero. A idosa passou por uma cirurgia para a retirada da “massa”, mas morreu dias depois.
Segundo o portal Campo Grande News, a suspeita é de que seja um caso de feto papiráceo, quando o feto é calcificado. Essas situações acontecem quando a mulher estava grávida de dois bebês, mas apenas um nasce.
O último parto da idosa aconteceu quando ela tinha 20 anos. Ou seja: os restos mortais estão lá há 56 anos.
Quando um deles morre, pode haver involução uterina, ou seja, o organismo rapidamente absorve os fluídos fetais, fazendo com que haja reabsorção total daquele formação.
Em entrevista ao Whitecast, podcast especializado em ginecologia, o ginecologista e obstetra formado pela Universidade Estadual de Londrina, João Marcelo Coluna, deu mais detalhes sobre o que também é conhecida como Síndrome do Gêmeo Desaparecido.
Ele conta que cerca de 50% das gestações gemelares chegam ao fim com apenas um dos bebês. Quando não há o desaparecimento por completo, pode haver formação do feto papiráceo.
O secretário de Saúde de Ponta Porã, Patrick Derzi, confirmou ao Campo Grande News o caso raro. “Conversei com o médico. Ele explicou que a mulher deu entrada no hospital por outro motivo, alguma infecção e dores abdominais. Antes disso, nunca teve queixa”.
Ele não soube dar detalhes como quando foi a cirurgia, quanto tempo levou e o que fez a paciente ir a óbito. O secretário, que também é médico, explicou que o responsável pela paciente teve autorização da família dela para publicar artigo científico sobre o feto papiráceo.
Com informações do Campo Grande News