A empresa Motiva — novo nome da CCR MSVia — venceu o leilão da BR-163/MS realizado na quinta-feira (22) na B3, em São Paulo. A concessão será válida por mais 29 anos e, novamente, envolve a administração de uma das rodovias mais importantes do estado de Mato Grosso do Sul. A vitória da empresa, no entanto, não passou despercebida e gerou reações críticas, principalmente pelo fato de não haver concorrência no certame.
Mochi afirma que:
“Infelizmente, não é o que nós queríamos. Entretanto, no leilão participou apenas uma concorrente, a Motiva, que nada mais é que a CCR MS VIA, que apenas mudou de nome.”
A CCR MSVia já havia assumido a concessão da BR-163 anteriormente, com o compromisso de duplicar toda a extensão da rodovia. No entanto, o contrato não foi cumprido, e a população passou a manifestar descontentamento com a empresa.
O deputado estadual Junior Mochi passou a cobrar soluções e, agora, com a realização do novo leilão, voltou a se manifestar. Em vídeo publicado nas redes sociais na própria quinta-feira (22), data do leilão, Mochi criticou o resultado do processo. Ele esclareceu que a Motiva só venceu porque era a única participante, e afirmou que não gostaria que a empresa fosse a vencedora, já que não cumpriu o contrato anterior.
Além disso, o deputado informa que não apenas solicitou a suspensão do leilão, mas que solicitou ao Ministério Público que ingresse com pedido ao Judiciário para a realização de uma perícia técnica e contábil, tendo em vista os volumosos recursos públicos envolvidos — tanto os obtidos por meio de empréstimos em bancos públicos quanto os arrecadados com pedágios.
Segundo ele, os valores totais podem chegar à casa dos R$ 8 bilhões, e é necessário apurar com exatidão quanto foi efetivamente investido na rodovia. Caso a perícia constate que os números não conferem, Junior Mochi defende que o montante seja revertido em quilômetros de duplicação e demais melhorias necessárias na BR-163.
O novo contrato da concessão prevê menos obrigações do que o acordo anterior, o que também foi alvo de críticas por parte do parlamentar. O tema reacende o debate sobre a responsabilidade das concessionárias e a necessidade de maior fiscalização sobre grandes contratos públicos.
Fonte: Maikon Leal