Um avião de pequeno porte caiu na região do Pantanal de Mato Grosso do Sul, na tarde de segunda-feira (15), e matou o médico e pecuarista Ramiro Pereira de Matos, de 67 anos, conhecido empresário do setor agropecuário. Ele pilotava sozinho uma aeronave Cessna 210 Silver Eagle, prefixo PS-FDW, que estava em situação regular, segundo informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
De acordo com a família, Ramiro decolou por volta das 7h30 da cidade de Itiquira (MT) com destino a uma propriedade rural da família em Sonora (MS), em um trajeto que fazia frequentemente. A previsão era que o voo durasse cerca de duas horas. Durante o percurso, ele chegou a conversar com outro piloto, relatando condições climáticas adversas.
O último contato foi registrado sobre a Fazenda Paraíso, localizada na divisa entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O piloto que falou com Ramiro contou à família que ele estava com a “voz trêmula” durante a conversa, o que indicava que enfrentava dificuldades em meio ao mau tempo.
Pouco depois, o ACC Amazônia (Centro de Controle de Área), do CRCEA-AM (Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo da Amazônia), confirmou o desaparecimento da aeronave no radar e acionou equipes de resgate a partir da Base Aérea de Campo Grande. Moradores da região com aeronaves também foram mobilizados para ajudar nas buscas.
Acidente e localização dos destroços
Equipes de busca encontraram os destroços em uma área de difícil acesso, cerca de 180 quilômetros de Coxim (MS). Partes do motor foram localizadas em fazendas próximas, levantando a suspeita de que Ramiro tenha tentado um pouso forçado antes da queda.
As causas do acidente serão investigadas pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), que deve analisar fatores como falha mecânica, condições meteorológicas e experiência do piloto.
Trajetória e legado
Natural de Presidente Prudente (SP), Ramiro Pereira de Matos vivia em Araçatuba (SP) e tinha propriedades rurais em diferentes estados. Formado em Medicina, atuou como ortopedista, mas dedicou a maior parte da vida à pecuária, tornando-se um nome de destaque no setor.
Em entrevista ao Campo Grande News, o filho de Ramiro, Waldyr Ribeiro Aguiar Paiva Matos, de 37 anos, contou que o pai realizava esse trajeto com frequência. “Ele sempre fez esse voo, conhecia bem a rota. Acreditamos que o mau tempo tenha sido determinante”, afirmou.
A morte de Ramiro comoveu a comunidade agropecuária e moradores da região. Mensagens de pesar foram publicadas nas redes sociais, ressaltando seu legado no agronegócio.
Ramiro deixa esposa, filhos e netas.
