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CRTH e UFGD realizam projeto de extensão no Semiaberto de Dourados

Equipe de saúde e acadêmicos de medicina buscam casos suspeitos de tuberculose e hanseníase em população privada de liberdade


event_available 29/08/2023 |
access_time 9:27 horas
Acadêmicos entrevistaram os internos e coletaram material para exames (Foto: Divulgação/CRTH)

Acadêmicos do primeiro ano de medicina da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), sob supervisão da disciplina de Saúde Pública, e equipe do CRTH (Centro de Referência em Tuberculose e Hanseníase) realizaram, entre os meses de julho e agosto, ações no Semiaberto de Dourados para triagem de pacientes privados de liberdade com sintomas compatíveis com tuberculose e/ou hanseníase. 

As ações no Semiaberto foram realizadas com visitas semanais à instituição. Com o apoio da equipe de saúde local, os acadêmicos orientaram a população privada de liberdade sobre os principais sinais e sintomas, transmissão, prevenção e tratamento da tuberculose e da hanseníase. Além disso, foi realizada a busca ativa de suspeitos tanto de tuberculose quanto de hanseníase entre a população assistida e para esses pacientes foram ofertados exames, consulta médica e tratamento específico, caso necessário.

Durante toda a ação foram avaliados 48 pacientes suspeitos de tuberculose, com sintomas respiratórios. Desse total, 4,2% das amostras foram positivas para tuberculose. Essa taxa é considerada acima do esperado, destacando a importância deste tipo de intervenção, principalmente em populações vulneráveis, como é o caso. A todos os pacientes diagnosticados com a doença, foram ofertados avaliação clínica e início imediato do tratamento. 

Equipe da CRTH e acadêmicos identificaram casos suspeitos e encaminharam para exames (Divulgação/CRTH)

Controle

A equipe do CRTH destaca que medidas de intervenção e controle da tuberculose na PPL devem ser adotadas e utilizadas como estratégia para controlar a doença na população geral. Estudos vêm mostrando que as prisões funcionam como amplificadores da doença para o restante da comunidade. Conforme dados de estudo do Ministério da Saúde, realizado em 2019, 84% dos doentes que estão em liberdade adquiriram tuberculose na prisão.

Em relação à hanseníase, não foram encontrados casos suspeitos durante a ação, entretanto, foi destacado por toda a equipe envolvida que as orientações ofertadas sobre a doença deixaram a PPL e a própria equipe de saúde do Semiaberto alertas e conscientes em relação aos sintomas sugestivos da doença e a importância do diagnóstico e tratamentos precoces.

Segundo relato dos acadêmicos, “o trabalho agregou na nossa jornada acadêmica por entrarmos em contato com a saúde pública e entendermos melhor sobre a funcionalidade na prática, junto ao fato de nos depararmos com uma realidade muitas vezes desconhecida pela população em geral. Esperamos que o projeto possa colher frutos, contribuindo para os dados epidemiológicos de Tuberculose e de Hanseníase e com o trabalho importante realizado pelo CRTH de Dourados no diagnóstico e prevenção dessas duas doenças”.

De acordo com a coordenadora do CRTH, é de grande relevância as parcerias com as Universidades, tais como a UFGD com projetos de extensão voltados a melhoria e qualidade da saúde da população, visando à promoção da saúde, prevenção e controle de doenças como a Tuberculose e Hanseníase, consideradas como importantes problemas de saúde pública.

O CRTH destaca ainda que oportunizar o contato dos acadêmicos com o serviço os aproxima da prática clínica e estreita a importante relação entre pesquisa e serviço, colaborando de maneira significativa para o bom desempenho das ações e medidas de controle realizadas pelo setor. Pretende-se ainda, que intervenções como esta sejam continuadas e permanentes, para que dessa forma, o diagnóstico e tratamento precoces da Tuberculose e Hanseníase sejam intensificados, diminuindo assim a transmissibilidade e incidência de ambas as doenças em nosso município.

Acadêmicos afirmam que ações enriquecem a formação (Foto: Divulgação/CRTH)

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