segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Drenagem urbana no centro do debate climático: AGEMS debate soluções para cidades resilientes

A crise climática mudou a geografia dos riscos no Brasil – e transformou a drenagem urbana em pauta urgente para gestores, técnicos e reguladores. No Congresso da ABAR 2025, a diretora de Saneamento Básico da Agência Estadual de Regulação (AGEMS), Iara Marchioretto, levou uma análise contundente sobre os impactos das mudanças climáticas e o papel das agências na construção de cidades mais resilientes.

O serviço, no qual a AGEMS vem expandindo a atuação, foi tema central no painel “Regulação de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas e planejamento em resposta a crises”. O debate, com auditório lotado, uniu especialistas da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), SP Águas – de recursos hídricos do estado paulista – e Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).

A diretora da AGEMS levantou alertas sobre como eventos de alagamento e enxurrada já atingem localidades que historicamente não sofriam com estes problemas, evidenciando a aceleração dos extremos climáticos no país. Um reflexo de como cada bioma tem sido afetado de maneira diferente, mas com as consequências interligadas.

“Às vezes nos perguntamos ‘o que o aumento do nível do mar tem a ver com o Pantanal?’”. A resposta está no equilíbrio dos ecossistemas: o impacto de um chega até o outro”, observou, para reforçar a necessidade de respostas estruturais.

Drenagem – política pública completa

Na exposição técnica, Iara Marchioretto lembrou que Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas (DMAPU) são um eixo do saneamento básico previsto em lei e devem ter indicadores, metas e monitoramento, assim como abastecimento de água e esgotamento sanitário. Porém, ainda há municípios que não incluem a drenagem em seus Planos Municipais de Saneamento, o que compromete planejamento, financiamento e execução.

Ao abordar riscos intensificados pela crise climática, a especialista reforçou a importância de fazer com que o cidadão compreenda seu papel na prevenção e no uso adequado da infraestrutura. É o que a AGEMS tem buscado com iniciativas de oficinas, palestras, interação e engajamento com municípios e escolas.

“Os riscos gerados pelo cenário de mudança climática e o impacto nas cidades precisam chegar ao cidadão, precisamos levar esse conhecimento e o chamado à responsabilidade por meio da educação ambiental”, defendeu.

Regulação Responsiva, sandbox e indicadores de sustentabilidade

Mostrando como a regulação pode ser uma aliada estratégica das cidades, a representante da AGEMS apontou ferramentas modernas, como a Regulação Responsiva, que adapta o nível de intervenção ao comportamento do prestador, e o sandbox regulatório, que permite testar soluções inovadoras com segurança.

Ela destacou que o futuro da regulação passa por indicadores de sustentabilidade, com foco em drenagem verde, infraestrutura de baixo impacto e soluções que recuperem a capacidade natural do solo de infiltrar água. Para isso, o Zoneamento Ecológico Econômico Sustentável se torna um instrumento estratégico essencial.

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