A sul-mato-grossense e ultramaratonista Josy Madruga, de 47 anos, será a única mulher brasileira na Maratona das Areias (Marathon des Sables), uma das competições mais desafiadoras do mundo, que acontece no deserto do Saara, no Marrocos. Prevista para acontecer em abril, os atletas devem percorrer 250 quilômetros em seis dias, enfrentando temperaturas extremas, que podem chegar a 50 ºC, e carregando seus próprios suprimentos.
Josy tem trajetória consolidada no esporte sul-mato-grossense e já participou de diversas competições no estado que contaram com o apoio do Governo do Estado, por meio da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul) e Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura). O Circuito Trail, composto por provas como o Trail Run Serra da Bodoquena, o Desafio Morro do Paxixi e o Desafio Boiadeira, foi fundamental para seu aprimoramento e preparação para encarar desafios ainda maiores.
Além de atleta, Josy também é secretária municipal de Turismo, Esporte e Cultura de Rio Verde de Mato Grosso, cargo no qual incentiva a prática esportiva e o desenvolvimento do turismo esportivo na região.
“A mente precisa estar tão preparada quanto o corpo, e por isso tenho trabalhado muito a resiliência e o foco. Sei que a Maratona das Areias é um teste extremo, onde o calor, a fadiga e o isolamento podem pesar. Então, uso técnicas de visualização para me preparar para cada etapa da prova e treino sob condições adversas para fortalecer minha capacidade de adaptação”, explica Josy.
Ser a única mulher brasileira na competição é motivo de orgulho e inspiração. “É um orgulho imenso e, ao mesmo tempo, um compromisso. Carregar a bandeira do Brasil nessa prova tão desafiadora significa mostrar que a força da mulher brasileira vai muito além dos limites que tentam nos impor. Quero que essa jornada sirva de inspiração para que mais mulheres se desafiem, acreditem no seu potencial e ocupem espaços que, muitas vezes, parecem inalcançáveis. Cada quilômetro percorrido no deserto será uma vitória não só minha, mas de todas as mulheres que ousam sonhar grande”, afirma.
A jornada até aqui foi marcada por desafios. Em 2021, Josy enfrentou a Covid-19, teve três paradas cardíacas e precisou ser intubada. “Houve momentos em que minha recuperação parecia impossível, mas foi ali que aprendi o verdadeiro significado da resiliência. Cada obstáculo, desde esse até as dificuldades de conciliar treinos intensos com minha vida profissional e pessoal, me fortaleceu. Hoje, olho para trás e vejo que todas essas provações me prepararam para essa aventura no deserto. Se sobrevivi àqueles momentos, sei que posso superar qualquer desafio”.
Agora, com a confirmação da vaga, Josy intensifica os treinos para enfrentar o deserto do Saara. A preparação inclui treinos físicos e psicológicos, além do acompanhamento médico exigido pela organização da prova. Seu próximo objetivo, após o Saara, é encarar uma nova ultramaratona, desta vez no Everest.
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