Uma decisão monocrática do atual diretor de competições da Federação de Futebol, Marco Tavares, pode fazer desmoronar todo o trabalho de tentativa de dar “novos rumos” à entidade, que está ainda sub judice, em virtude da “Operação Cartão Vermelho”. A lisura do atual campeonato estadual de futebol está novamente, no centro da discussão, nesta reta final da competição, por conta de uma publicação de tentativa de mudança no regulamento. Com a fase final entre quatro equipes e três cidades envolvidas, Tavares, outra vez, chama a atenção para ficar nos holofotes.
O fato é que o futebol profissional é uma das competições mais vigiadas, e a arrogância de se achar que tudo pode, que impera no país, hoje em dia, permeia, também, em virtude das ações tomadas recentemente, em que não havia muitos questionamentos. Com a chegada dos novos ventos, nem tanto por enquanto, o que se vê é o diretor de competições da atual gestão, que vem carregado de vícios do passado e com atitudes bem próximas ou iguais a ocorridas na semana passada, acabando por se colocar em xeque. Até quando os clubes, dirigentes e o presidente ainda permitirão que, mesmo tendo sido eleitos por eles, não se tome uma atitude à altura?
Fato é que, no atual regulamento do Estadual, aprovado pelos clubes participantes, não existe nos seus artigos a situação de zerar os cartões para a fase seguinte. Muito pelo contrário, o artigo 41 é bem claro ao apontam que – ficam impedidos de serem relacionados para a partida subsequente da mesma competição, o atleta o ou membro da comissão técnica advertido pelo árbitro a cada série de três (3) advertências, com cartões amarelos, independentemente da sequência das partidas previstas na tabela da competição. Ou seja, a tabela é por ordem de fases (1ª, 2ª e 3ª fase), o que significa não haverá o zerar cartões aos jogadores ou a outros membros.
Desse modo, na rodada deste final de semana, três jogadores estiveram relacionados e entraram em campo de fora irregular. Pelo Costa Rica, foi o meia Matheus França; e, pelo Águia Negra, os meias Dudu e Valdeci (Cy). Sobre a partida do Costa Rica, o supervisor Sandrinho afirmava, em todos os tons, que o seu atleta havia tomado apenas dois cartões (um na sexta rodada, e outro na rodada da última quarta-feira, já pela segunda fase). Mas ele não deve ter se atentado que, na súmula da partida entre Costa Rica e Ivinhema, seu time venceu, mas o meia França foi amarelado. Ou seja, deveria cumprir suspensão neste domingo diante do Operário. Para sorte dele, o Operário venceu e se livrou de um grande problema. E olha que ele quase teve um infarto no estádio Jacques da Luz, quando foi informado que o jogador estava, sim, de forma irregular, em campo.
Outra bomba explodiu, agora, por conta das atuações dos jogadores do Águia Negra, que venceu nos pênaltis, mas terá que se defender no no Tribunal de Justiça Desportiva, pois Dudu e Cy deveriam cumprir suspensão. A diretoria do Dourados aponta que entra ainda hoje, no Tribunal, para pedir que essa situação seja analisada.
A culpa objetivamente é do diretor de competições, que não tinha poder para promover alterações no regulamento, e vai “manchar” a temporada com uma possível paralisação das semifinais.