A cantora Wanessa Camargo relatou como convive com os ataques de pânico e crises de ansiedade, desenvolvidos nos últimos anos. “Fui ao fundo do poço. Vivi um medo absurdo. E precisei me salvar. O pânico, meu pior inimigo, foi o que me fez falar: ‘Agora ou é a morte ou é aprender a reconstruir a vida'”, revelou.
Em conversa com O Globo, a artista contou que estava realizando uma trilha na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, quando foi surpreendida novamente com uma sensação de paralisia. Wanessa ficou apavorada com a altura, e ficou imóvel pelo restante do caminho.
“Estou num processo de cura que leva uma vida inteira. A liberdade é fruto de um processo, e só entendi isso agora”, explicou.
O novo álbum da artista, chamado Livre, conta mais detalhes sobre esses momentos e dificuldades que enfrentou. Dividido em três partes, o disco retrata a mulher de 40 anos que reconhece em seu espelho outra pessoa.
Em relação a música, a artista revelou que fez tudo da maneira que ela queria. “Desta vez, fiz tudo da maneira que queria, num lugar sincero. Só abri meu coração. Sei que daqui a dez, 20 ou 30 anos essas músicas falarão com alguém. Elas não foram pensadas para um momento específico. Foram pensadas para um eterno”, contou.
Entre tantas mudanças, Wanessa colocou fim no casamento de 15 anos com o empresário Marcus Buaiz, com quem teve os filhos João Francisco e José Marcus. Além disso, reencontrou em Dado Dolabella um amor de juventude.
Com isso, o processo terapêutico, ataques de pânico, crises de ansiedade e problemas com a carreira tornaram-na mais resistente. “O fio condutor de meu novo trabalho é a minha história: uma mulher em busca de si mesma e da liberdade para ser quem é, agindo conforme o coração. Trago algo completamente autobiográfico, mas não só sobre mim. Isso tem a ver com o que todo mundo busca na vida”, disse.
Em meio a uma “jornada de autoconhecimento”, como ela mesma define, a cantora descobriu um quadro de transtorno de pânico, intensificado ao longo da pandemia.
“Fui ao fundo do poço. Vivi um medo absurdo. E precisei me salvar. O pânico, meu pior inimigo, foi o que me fez falar: ‘Agora ou é a morte ou é aprender a reconstruir a vida (…) O amor-próprio me trouxe a cura. Não é que eu diga: ‘Ai, sou perfeita e maravilhosa'”, afirmou.
Por fim, Wanessa lamenta que seu relacionamento com Dolabella ainda seja alvo de julgamento. “Não ligo o foda-se e está tudo bem. Não! É triste ver fofocas mentirosas, como se as pessoas estivessem dentro da minha vida. Em quase 23 anos de carreira, criei uma casca grossa. Troco muito com Dado sobre tudo. Dou pitaco nas coisas dele, e ele nas minhas. E assim vamos juntos. É outra relação agora! Não tem nem comparação com o que vivemos no passado. Éramos outras pessoas na adolescência. De lá pra cá, a gente foi se reconstruindo na vida”, relatou.
Já seu pai, o sertanejo Zezé Di Camargo, tem opiniões divergentes da filha. “Quando a gente ama alguém de verdade, a gente sempre vê a luz da pessoa. Não são opiniões divergentes sobre a vida ou pensamentos políticos distintos que me deixam decepcionada. Tenho um prisma sobre empatia, que é o seguinte: assim como quero ser respeitada na minha liberdade de ser e de agir, é assim que quero fazer com as pessoas que amo. Aprendi isso com minha mãe e meu pai desde criança”.
“Quando fiz algo que meus pais discordaram, acerca de minha profissão, minhas escolhas de relacionamento ou minhas atitudes com meus filhos, fui respeitada por eles. Mesmo que depois eu me ferrasse! Busco esse lugar. E a base na minha família é essa. Quando vemos que um assunto pode dar uma discussão a mais, a gente para. Isso é construção. É aparar a aresta da relação! E, olha, relação que não tem discussão não tem amor. Se não tem divergência, não tem amor. É isso. Somos todos divergentes”, completou.
*Texto de Júlia Wasko
Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e encantada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko